Pondo fim a uma novela que já tinha durado tempo demais, a Alepe definiu, finalmente, o comando das principais comissões da Casa, as que mais interessavam ao governo do Estado para poder aprovar projetos por lá.
Antônio Moraes (PP), que chegou a abrir mão da presidência da Assembleia, finalmente conseguiu ser confirmado na presidência do grupo mais importante da Alepe, a Comissão de Justiça.
Tudo, absolutamente tudo, que vai ser votado em plenário precisa do aval dessa comissão. Moraes era o escolhido pela governadora Raquel Lyra (PSDB), mas quase ficou de fora por problemas na articulação política.
A informação é que governo e parlamentares entraram pela madrugada aparando arestas e tentando resolver a pendência.
Com isso, Débora Almeida (PSDB) ficou no comando da Comissão de Finanças e Joaquim Lira (PV) garantiu a Comissão de Administração.
O mapa da Assembleia, nas comissões, fica exatamente do jeito que o governo esperava, mas a energia gasta podia ter sido economizada.
E, pela forma como tudo foi feito, tendo que alterar acordos que os partidos já tinham feito internamente, como um sobre a liderança da bancada do PL, haverá consequências no futuro.
O PL também chegou a mudar a sua formação em uma das comissões para garantir o resultado e atender Raquel.
Uma regra básica desse jogo é que os prejudicados de hoje podem se tornar um problema no futuro.
E o resultado positivo nas comissões não pode enganar o governo sobre isso. Pra ninguém se dizer "surpreso" depois.
A oposição percebeu e destacou dois gestos da governadora Raquel Lyra que, segundo eles, incomodaram e se destacam nesse processo de eleição interna: a não aceitação da proposta de consenso de todos os líderes dos partidos e a interferência direta em um partido, no caso o PL, que acabou destituindo o líder da sigla na Alepe.
“Esses gestos vão no sentido contrário ao discurso de quem quer dialogar e construir pontes”, argumentou o deputado Waldemar Borges (PSB).
Quem acompanha a rotina parlamentar de Brasília, com a semana começando na terça-feira e terminando na quinta-feira, está estranhando o ritmo de trabalho nesta legislatura.
A impressão é que o pessoal está mais “descansado” e demora a entrar no ritmo. Desde a posse dos parlamentares em 2 fevereiro nada aconteceu na Câmara e no Senado.
Os prazos informais para começar a movimentação também foram diversos: “depois da eleição da Mesa Diretora”, “depois do Carnaval”, “depois que escolherem os líderes”. E nada.
Agora, não tem mais desculpa, passou tudo, o ano deveria estar finalmente começando. Mas, ontem, quarta-feira (01), às 16h, não tinha mais nem um parlamentar pernambucano circulando pelo Salão Verde da Câmara, segundo os repórteres que andavam por lá.
Os salários, é bom dizer, estão sendo pagos normalmente.
Depois que informação sobre o sigilo nos números do efetivo da SDS viralizou de forma negativa nas redes sociais, com interpretações que comparavam a medida aos sigilos impostos por Jair Bolsonaro (PL) quando presidente da República, o governo de Pernambuco resolveu fazer uma publicação nas redes, com a expressão “fakenews”, explicando a extensão dos sigilos e esclarecendo que ele não se aplica ao efetivo total da PM, mas à distribuição dos policiais.
A medida é importante, louvável até. Essencial nesses tempos em que notícia e desinformação se confundem tanto.
É preciso, porém, ter muito cuidado para não colocar todo mundo no mesmo "balaio" e prejudicar o que é jornalismo sério e feito com responsabilidade. Esse tema do sigilo no efetivo da SDS, como todos os tratados pelos veículos do SJCC, foi abordado com bastante precisão, inclusive, sem “fake”, somente ”news”.