Os direitos do consumidor, por Edilson Vieira

Consumidor

Por Edilson Vieira
COMPARAÇÃO

Associação de Consumidores Proteste avaliou 21 seguros de vida. Veja quais se destacaram

A contratação de seguros de vida cresceu 115% em dois anos, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), incentivando o surgimento de novos produtos no mercado

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JC

Publicado em 27/05/2021 às 15:28 | Atualizado em 27/05/2021 às 16:08
Contratação de seguro de vida cresceu mais de 100% entre 2018 e 2020, segundo a Susep - Pixabay

Contratar um seguro de vida não costumava estar entre as prioridades dos brasileiros, mas o mercado cresceu com a pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o setor movimentou R$ 7,6 bilhões em 2020, contra R$ 3,5 bilhões, em 2018, um aumento de mais de 115% em dois anos e a maior arrecadação em uma década. Tradicionalmente, os seguros não cobrem pandemias; mas abriram uma exceção para a covid-19 desde o ano passado.

Com o seguro de vida, o contratante garante apoio financeiro a seus dependentes, em caso de morte, e a ele mesmo, se tiver uma doença grave. "No geral, as pessoas pensam que, para contratá-lo, vão gastar muito, mas não é verdade. Há seguros bem em conta, principalmente considerando os benefícios", observa Rodrigo Alexandre, especialista PROTESTE. Basta pesquisar. Em fevereiro deste ano, a associação analisou 21 planos individuais, de 11 seguradoras, e constatou que é possível economizar até R$ 2.503,80 por ano na contratação de um seguro optando pelo mais em conta.

COBERTURAS

Os seguros são compostos por dois tipos de coberturas: a básica e as complementares. A primeira é de contratação obrigatória e garante aos beneficiários a indenização em caso de morte, natural ou acidental, do titular da apólice. As outras, como invalidez por doença funcional e assistência funeral, podem ser contratadas em conjunto com a básica, mediante pagamento adicional, ou em pacotes predefinidos por algumas seguradoras. Mas atenção: quanto mais coberturas, maior o valor da prestação mensal do seguro.O valor também varia conforme o perfil do consumidor.

O teste criou dois cenários para o estudo sobre seguro de vida: uma vendedora autônoma e um casal de advogado e médica, todos entre 45 e 55 anos de idade. E, para cada um, foram definidos três valores de indenização: R$ 50 mil, R$ 75 mil e R$ 100 mil. Na análise, a PROTESTE considerou como coberturas básicas a de morte e a de invalidez permanente por acidente, além de coberturas complementares.

AVALIAÇÃO

No critério cobertura básica, todos os produtos avaliados foram bem conceituados, pois ofereciam 100% do capital segurado (indenização). Mas houve variações na avaliação das coberturas complementares. Na análise das coberturas de invalidez por doença funcional e de doenças graves, a Generalli/Univida Proteste (Vida Proteção Familiar e Vida Proteção Individual), a Liberty (Vida Perfil), a MAG Seguros (Vida Individual), a Sompo (Vida Individual e Vida Top Mulher) e a SulAmérica (Vida Individual e Vida Mulher) receberam as melhores avaliações. Além de terem ambas, ainda pagam 100% do capital segurado. Já no critério morte do cônjuge, os destaques foram Sompo (Vida Individual), Generalli / Univida Proteste (Vida Proteção Familiar), Metlife (Seguro de Vida Individual) e Mapfre (Vida Você Multiflex).

EXCLUSÕES

Tão importante quanto as coberturas é saber quais são as exclusões, ou seja, os itens não cobertos previstos no contrato. As mais comuns são ligadas a sinistros decorrentes de guerra, fenômenos da natureza, doenças preexistentes não declaradas na contratação, prática de atos ilícitos, suicídio e suas tentativas nos dois primeiros anos de vigência do contrato. Sinistro é o evento que aciona o seguro. Até o ano passado, pandemias e epidemias também costumavam ficar de fora. Mas a maioria das seguradoras do mercado estão cobrindo a pandemia do coronavírus. "Não há obrigatoriedade, mas, por exemplo, todas da nossa amostra cobrem. De qualquer maneira, deve-se sempre ler o contrato antes de assiná-lo, para saber quais são as coberturas, exclusões e a carência, que é o prazo em que não se pode usar o seguro", orienta Rodrigo.

Deve-se também prestar atenção onde e com quem a transação será feita. Há dois caminhos para a contratação de um seguro de vida: diretamente com a agência bancária ou por meio de corretor. Nesta opção, é preciso checar se o profissional é habilitado pela Susep. Se estiver tudo certo, o processo é simples. O consumidor preenche a proposta e, em alguns casos, a Declaração Pessoal de Saúde (DPS). "A seguradora tem 15 dias para dizer se aceita ou não fazer o seguro. Se ela não se manifestar dentro desse prazo, está aceito automaticamente. Mas, do contrário, precisa explicar a recusa", esclarece o especialista.

NOVIDADE

Recentemente, o Nubank lançou um seguro de vida digital, personalizado e com preço médio inicial de R$ 9 por mês. Ele não fez parte do estudo comparativo, mas a Proteste o analisou. O produto só oferece quatro coberturas: invalidez por acidente, assistência funeral do titular ou beneficiário (de forma adicional), hospitalização por acidente e morte, a empresa só exige carência, de três meses, para a última. O novo produto é restrito aos correntistas do banco, o capital assegurado é de R 150 mil, no máximo, e só pode ter um seguro, enquanto no mercado tradicional, contrata-se quantos desejar. "Mas não deixa de ser uma alternativa para o consumidor que já é cliente do banco e ainda não possui seguro de vida", opina Rodrigo.

 

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