(Atualizada às 15h para correção de informação)
Depois do primeiro abaixo-assinado de pais de alunos do Colégio Damas pedindo desconto nas mensalidades escolares, mais famílias de outras escolas de Recife tiveram a mesma iniciativa. Em pelo menos outras sete unidades particulares de ensino da capital pernambucana há movimento semelhante pleiteando redução nas parcelas, com o argumento de que houve diminuição no rendimento das famílias devido à pandemia do novo coronavírus.
Oficialmente, alunos e professores dos colégios privados estão de férias até 30 de abril, com retorno previsto das atividades - apenas virtuais - em 4 de maio. As aulas presenciais em Pernambuco, nas redes públicas e privadas, em escolas e faculdades, estão suspensas por decreto estadual até o final deste mês. O Estado tem cerca de 2.400 escolas particulares, onde estudam 400 mil estudantes e lecionam 20 mil docentes.
Há abaixo-assinados de pais dos Colégios Madre de Deus (Boa Viagem), Santa Maria (Boa Viagem), GGE (Boa Viagem, Paissandu e Madalena), Apoio (Casa Amarela), Fazer Crescer (Parnamirim), Equipe (Madalena) e São Luís (Graças). Os pedidos de descontos variam, conforme as escolas, mas em média vão de 30% a 50%, chegando a 70% no caso de alunos da educação infantil.
O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco, José Ricardo Diniz, reafirma que é impossível definir um percentual linear de desconto. E defende as negociações caso a caso. "É impossível haver uma padronização. As realidades são diferentes em cada escola. Cada comunidade escolar deve negociar separadamente", destaca José Ricardo.
Alguns colégios já apresentaram propostas de desconto nas mensalidades, independentemente dos valores pleiteados pelas famílias ou da existência de abaixo-assinados.
No Apoio, não houve oferta de desconto, mas sim um financiamento para que metade de cada mensalidade seja paga em até 16 vezes, com juros de 0,5% ao mês. Na Escola Solar da Criança, a direção se dispõe a conceder abatimento de 30%, a partir de maio, enquanto durar o recesso escolar.
Inicialmente, o Colégio Madre de Deus informou às famílias que daria desconto para algumas categorias de profissionais que comprovassem perda salarial ou queda de receita durante a pandemia (profissionais liberais e autônomos; empregados com registro pela CLT e empresários ou empreendedores).
Um grupo de 1.074 pais que assinou o abaixo-assinado discordou da proposta do colégio por considerá-la discriminatória. No entendimento deles, o desconto deve ser para todos. As famílias pediram abatimento de 70% para educação infantil, 50% para o ensino fundamental e 30% para o ensino médio.
Após a publicação desta reportagem, a direção do Colégio Madre Deus informou que o desconto será dado a todos os pais que preencheram um formulário enviado às famílias. Leia, na íntegra, o que disse a escola ao JC:
"Diante da situação nunca imaginada antes, com o isolamento social e, portanto, fechamento da escola, o Colégio Madre de Deus, no intuito de ajudar as família que estavam sofrendo diretamente prejuízo econômico devido à pandemia, ofereceu, inicialmente, um desconto de 30% a categorias de profissionais que comprovassem perda salarial ou queda de receita durante o isolamento (profissionais liberais e autônomos; empregados com registro pela CLT e empresários ou empreendedores).
No entanto, ainda que houvesse prejuízo para a escola, o Madre abriu a iniciativa para todos que se sentissem necessitados do desconto. Desta forma, sem especificação de categoria, qualquer responsável financeiro que tivesse preenchido o cadastro recebeu o desconto de 30%. O Colégio Madre de Deus está e sempre esteve aberto a negociações, a fim de poder proporcionar a todos uma educação de qualidade. A Direção".