Após meses de aulas virtuais, o retorno às atividades presenciais acontece nesta terça-feira (6) em Pernambuco. A medida inicialmente era válida para todas as unidades, mas, por enquanto, apenas alunos do 3º ano do ensino médio podem ir às escolas estaduais - que pode não ter professores, já que a classe deflagrou greve. Isto porque, nessa segunda-feira (5), a Justiça do Trabalho acatou um pedido do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro-PE) para suspender o retorno das atividades presencias nas unidades de ensino privadas. Somente na rede federal, onde estudam cerca de 1.500 jovens, não há impasse e o retorno da comunidade escolar poderá acontecer. A flexibilização exigirá cuidados para proteger a saúde dos estudantes, além das famílias, professores e funcionários das escolas.
As famílias que não se sentirem seguras podem manter os filhos no ensino remoto. Já os responsáveis que decidirem levá-los às escolas, segundo o professor de química do Colégio CBV, Carlos André Rêgo Barros, precisam estabelecer uma nova rotina de limpeza e sanitização ao levar e buscar os filhos. “A máscara é um item fundamental e deve ser trocada a cada duas ou três horas, no máximo. Logo, o kit escolar deve conter, no mínimo, duas unidades limpas, fora aquela que o aluno estará usando para ir até o colégio. Também é importante que o kit contenha um saquinho para guardar as já utilizadas”, completa.
O trajeto dos estudantes para a instituição de ensino e de volta para casa, seja em veículo particular ou em transporte escolar, deve ser feito preferencialmente com ventilação natural, ou seja, deixando os vidros abertos. O motorista e/ou adultos que estejam no carro precisam estar de máscara. “Indico utilizar um desinfetante em spray com ação contra vírus e bactérias em todas as superfícies do veículo logo após o uso. No caso dos transportes escolares, os condutores devem, ainda, pedir que os estudantes desinfetem as mãos com álcool em gel 70% logo após a entrada no carro”, aponta.
Ao chegar em casa, deve-se seguir o procedimento que já virou parte do “novo normal”, com retirada e lavagem das roupas usadas seguida de um banho de corpo inteiro para eliminar qualquer possível vírus que tenha ficado na pele ou cabelos. O professor reforça que, durante a troca e manuseio das roupas sujas, todos devem permanecer usando máscara, inclusive os pais. Os calçados e itens que tenham ido para a escola também devem ser higienizados. “Eles podem ser limpos usando uma mistura de uma parte de água sanitária para três de água ou até mesmo com um spray de álcool ou desinfetante”, completa Carlos André.
Itens como mochila, estojo, lápis e canetas também precisam ser desinfetados. O ideal é que o aluno leve apenas o material essencial para a escola, para que seja mais simples de realizar a limpeza na volta para casa. “O produto usado para a higienização vai variar de acordo com o tipo de material. Spray desinfetante pode ser usado em superfícies de tecido, borracha, plástico. Objetos impermeáveis podem, ainda, ser lavados com água e sabão”, explica.
Também é importante que os pais façam um checklist constante com os filhos e demais membros da família, para identificar qualquer possível contato com pessoa infectada ou com sintomas. “É indicado avaliar dia a dia se alguém da casa está com tosse persistente, febre, perda do olfato ou paladar e, em caso de dúvida, procurar o comitê de gestão da escola, que estará preparado para orientar a conduta nesses casos”, orienta.
Por fim, de acordo com o professor, é papel tanto da escola quanto das famílias conscientizar os estudantes quanto à importância de seguirem as regras de higiene e distanciamento social, o que vai garantir uma volta às aulas mais tranquila e segura. “A experiência da escola é insubstituível. É um lugar de encontro, onde eles socializam e aprendem uns com os outros e com os educadores. Unindo forças e com responsabilidade, é possível proporcionar para os nossos jovens essa vivência tão importante na formação humana”, finaliza.