Estudantes do 3º ano do ensino médio da rede estadual de Pernambuco voltam às escolas nesta quarta

As unidades estavam fechadas há sete meses, por causa da pandemia da covid-19
JC
Publicado em 21/10/2020 às 8:46
Volta dos terceiranistas à Escola Técnica Estadual Professor Agamemnon Magalhães Foto: WELLINGTON LIMA/JC IMAGEM


Após impasses que envolveram a justiça, o governo estadual e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), os 81 mil alunos do 3º ano do ensino médio das escolas da rede estadual de Pernambuco estão liberados a assistir às aulas presencialmente a partir desta quarta-feira (21). As unidades estavam fechadas há sete meses, por causa da pandemia da covid-19. As aulas remotas continuam acontecendo normalmente.

Às 0h desta quarta, os professores deflagraram greve por discordarem do retorno. A Justiça dobrou na segunda-feira o valor da multa de R$ 50 mil a ser paga pelo sindicato docente, caso eles mantenham a paralisação. Nas unidades que a reportagem do JC visitou, a ameaça de greve não afetou as aulas.

É o caso da Escola Técnica Estadual Professor Agamemnon Magalhães, no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife. "A gente tem 100% dos professores presentes nessa aqui, mas na maior parte das escolas a gente sabe que vai ter a presença dos professores. Ao longo do dia, vamos verificar como foi a presença no Estado, mas, felizmente, sabemos que boa parte dos estudantes e professores estão retornando", afirma Fred Amâncio, secretário de Educação de Pernambuco.

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Na unidade, o principal foco não será as aulas, inicialmente, e sim um "trabalho de acolhimento dos estudantes", segundo o secretário. "É uma dinâmica em que eles vão receber as orientações sobre os protocolos, muitos deles estiveram conosco no dia 6, já receberam esse projeto, e ai, na sequência, vamos ter a retomada das aulas na maior parte das escolas", diz. Na entrada do prédio os terceiranistas foram recebidos por funcionários que verificaram a temperatura e disponibilizaram álcool em gel.

Na Escola Sizenando Silveira, em Santo Amaro, Centro do Recife, é esperado que a maioria dos concluintes voltem à unidade, já que, segundo a gestora, Márcia Nogueira, 80% comunicaram que adeririam o ensino presencial. Dos 23 professores, seis vão permanecer em casa, por ter comorbidades. Outros dois comunicaram, nessa terça, que estavam em dúvida se iriam aderir à greve. Os outros 15 garantiram que voltariam.

A estudante Anália Rebeca Duarte, 16, comemorou a abertura da escola, já que não conseguia se concentrar no ensino à distância. "Estava com sentimento de nostalgia, de muita saudade, estava louca para voltar, não vinha desde que fechou. fiquei nervosa na entrada, estava com muita saudade dos amigos e dos professores, que são muito acolhedores", revela.

Com o intuito de driblar o horário de pico, o governo do estado alterou o horário de início das aulas de 7h a 7h30 para 8h a 8h30. No entanto, para Hannah Souto, 17, aluna do Ginásio Pernambucano da Cruz Cabugá, a mudança não fez diferença, porque mora em Paulista e, para embarcar no ônibus, precisa passar pelo Terminal Integrado Pelópidas Silveira, que, segundo ela, estava "muito cheio".

A terceiranista cogitou não ir até a escola por receio de contaminação, mas achou melhor ir. "Espero que o aprendizado seja eficaz, porque o EAD não estava funcionando, estava assistindo às aulas pelo celular. A maior dificuldade vai ser ficar a manhã inteira de máscara, porque não consigo ficar nem uma hora", conta. 

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