Com informações do Estadão Conteúdo
A menos de quatro meses da realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou, nesta quarta-feira, 27, a saída de Danilo Dupas da presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova.
A troca de chefia ocorreu "por motivos pessoais e a pedido", de acordo com o anúncio feito nas redes sociais. Quem assume o cargo, a partir de 1º de agosto, é Carlos Moreno, atual diretor de Estatísticas Educacionais.
Segundo Victor Godoy, a saída de Danilo Dupas do comando do Inep não terá impacto na realização do Enem em 2022. "O impacto é praticamente nulo, porque acho que o grande trabalho que nós fizemos nesses últimos anos no Inep foi institucionalizar os processos. A gente fez um grande trabalho de aprimoramento da governança e o Enem é um exame feito a muitas mãos, inclusive com vários parceiros externos”, disse o ministro em entrevista à CNN Brasil.
Danilo Dupas
Dupas assumiu o cargo em fevereiro do ano passado. Durante o período, envolveu-se em polêmicas e teve de enfrentar acusações de interferência do governo federal nas provas do Enem.
Em novembro de 2021, quando faltavam 13 dias para o Enem, mais de 30 servidores do órgão pediram exoneração e dispensa coletiva Dupas foi acusado pelos funcionários de assédio e desconsideração de aspectos técnicos na tomada de decisões. Ele negou as acusações.
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Também em novembro, o Estadão apurou que houve supressão de "questões sensíveis" na prova. O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que as perguntas do Enem teriam "a cara do governo".
Naquele mesmo mês, em comissão do Senado, Dupas falou ser "comum" a adição e a retirada de questões durante a montagem do teste. E explicou que a "cara do governo é seriedade e transparência".
Godoy informou que, a partir de 1° de agosto, Carlos Moreno assume o cargo, "respondendo interinamente e garantindo a continuidade dos exames e avaliações fundamentais para toda a sociedade brasileira".
Segundo o ministro, Moreno é servidor de carreira da autarquia há 37 anos e mestre em Estatística pela Universidade de Brasília (UnB).