O setor de tecnologia da informação (TI) deverá demandar mais de 800 mil profissionais até 2025, segundo relatório divulgado pelo Google no final do ano passado. Apesar da estimativa ser considerada positiva, as empresas continuam enfrentando gargalos na mão de obra qualificada para acompanhar esse processo de expansão.
Ciente desse cenário, o Curso de Formação Acelerada em Programação (FAP), realizado pelo Centro de Excelência em Tecnologia de Software de Pernambuco Softex, está concluindo a sua segunda turma com 410 formandos, e deverá lançar um novo edital para a terceira turma em abril deste ano.
Destinado a jovens e adultos que já tenham concluído o ensino médio e tenham completado 18 anos até o encerramento do treinamento, o curso tem duração de seis meses com aulas online e presenciais. Ao todo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investirá R$ 8,6 milhões nas três fases do programa, para formar 1500 jovens do Recife, Caruaru, Vitória de Santo Antão, Petrolina, João Pessoa (PB) e Natal (RN).
Os treinados receberam, nesse período, conhecimentos técnicos em Tecnologia da Informação (TI) em duas trilhas: Back-End (formação de profissionais responsáveis pelo armazenamento de dados realizados por aplicativos ou softwares) e Front-End (formação dos especialistas na interface gráfica e desenvolvedor de softwares, sites, aplicativos, entre outros).
Foram 324 horas de aula – sendo que 180 realizadas no formato EAD (Educação à Distância) e 144 horas de forma presencial, com seis módulos.
Para a ex-instrutora de autoescola, Rafaela Cristine Cunha Lima, 34 anos, que agora é Desenvolvedora Back-End, a formação é uma boa oportunidade para quem deseja se inserir no setor. Mãe de três filhos, moradora do bairro de Jardim São Paulo, na zona Oeste do Recife, Rafaela sempre gostou de tecnologia e há algum tempo chegou a trabalhar com conserto de computadores.
“Eu estava me sentindo um pouco estagnada e queria ir em busca de novos desafios e a oportunidade de me desenvolver como pessoa, com responsabilidades diferentes. Quando me inscrevi, eu queria mudar a minha realidade e ter qualidade de vida para dar para meus filhos”, afirmou a Desenvolvedora Back-End, que está em busca de uma vaga no mercado de trabalho.
FORMATURA DA SEGUNDA TURMA
A formatura da segunda turma do FAP será realizada nesta sexta-feira (26), no auditório da Livraria Jaqueira, das 10h às 12h, no bairro do Recife. A solenidade contará com a presença da Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra e do presidente do Softex Pernambuco, Yves Nogueira.
Além do curso, o Softex também disponibiliza uma ação conhecida como Projeto Integrador, que coloca os treinandos diante de uma situação real dentro de uma empresa, para eles apresentarem soluções aos desafios submetidos.
O Softex PE oferece aos 300 melhores alunos do curso uma bolsa de inserção por três meses nas mais de 380 empresas parceiras que integram a associação. Esses alunos são beneficiados ainda por mais três meses de residência nas empresas - sem vínculo empregatício – como extensão ao curso, consolidando o conhecimento técnico em TI.
O curso tem apoio também da Federação Assespro – que representa empresas privadas ligadas à área de Tecnologia da Informação, Telecomunicações e Internet.
BASE PARA INSERÇÃO NO MERCADO
O coordenador do FAP, Eduardo Paiva, destacou que o intuito do curso é servir como base para quem deseja ingressar na área da tecnologia.
“Nosso projeto foi feito para treinar 1.500 pessoas em duas formações, em Back-End e Front-End. Fizemos uma primeira turma de 500 alunos, estamos concluindo a segunda turma com mais 500 treinandos e, em maio, vamos abrir a terceira turma com mais 500 vagas. Os recursos são advindos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, via o Softex nacional”, explicou Paiva.
“O déficit da mão de obra já estava se configurando desde a pandemia e exacerbou-se por conta da expansão do trabalho remoto. Muitas pessoas se viram com a oportunidade de trabalhar para outros estados e até mesmo para o exterior. Isso resultou em uma grande demanda por mão de obra qualificada, então nós decidimos trabalhar oferecendo uma base, uma entrada para esse mercado. Ele não é um curso de especialização, mas um curso de base”, completou o coordenador.