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Por Mirella Araújo e equipe
INCLUSÃO

Dia Mundial e Nacional da Síndrome de Down: conheça as estratégias e os desafios da inclusão das crianças no ambiente escolar

No Brasil, cerca de 300 mil pessoas nascem com Síndrome de Down, conforme dados do IBGE

Cadastrado por

Mirella Araújo

Publicado em 18/03/2024 às 12:05 | Atualizado em 18/03/2024 às 12:12
No dia 21 de março, comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma data emblemática que visa promover a conscientização sobre os desafios enfrentados por indivíduos com essa condição genética - Camila Lopes/Divulgação

O Dia Mundial e Nacional da Síndrome de Down, em 21 de março, é uma ocasião significativa para promover a conscientização e combater o estigma social em relação às pessoas portadoras dessa condição genética no âmbito escolar. 

No cenário educacional, a inclusão de crianças com a Síndrome de Down, que representa cerca de 25% de todos os casos de Deficiência Intelectual, segundo a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, é uma pauta em constante discussão. 

"A Síndrome de Down é uma das condições cromossômicas mais frequentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em ideias errôneas. Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com Síndrome de Down é aquele em que a família precisa inserir essa criança no ambiente escolar. São diversos os desafios que surgem nesse contexto, desde a busca por uma educação inclusiva até a necessidade de adaptação do currículo e das práticas pedagógicas para atender às necessidades específicas desse aluno", explica Francelina Barkokebas, coordenadora de psicopedagogia do Grupo Ampliar.

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Para a coordenadora Francelina, a inclusão dessas crianças nas unidades de ensino é uma jornada que demanda esforços colaborativos de toda a comunidade escolar. "Garantir a inclusão e um aprendizado eficaz para os alunos com Síndrome de Down requer um compromisso com sua individualidade e a adaptação às suas necessidades específicas", ressalta.

MÚLTIPLOS DESAFIOS

No ambiente escolar, as crianças com Síndrome de Down frequentemente enfrentam desafios relacionados à linguagem, raciocínio lógico, memória e habilidades sociais. Diante dessas dificuldades, Barkokebas enfatiza a importância de um planejamento pedagógico individualizado.

"É fundamental que os professores conheçam as potencialidades e dificuldades de cada aluno, assim como envolvam ativamente suas famílias e profissionais de apoio", afirma a psicopedagogia do Grupo Ampliar.

Para promover a inclusão efetiva, a coordenadora ressalta a importância de estratégias específicas, como a adaptação do currículo, o uso de suporte concreto e visual, a fragmentação de conteúdos e o estímulo ao raciocínio abstrato. "Cada criança é única, e é necessário adaptar as práticas de ensino para atender às suas necessidades individuais", destaca Barkokebas.

Essas práticas envolvem também um ambiente acolhedor, práticas pedagógicas adaptadas com foco na autonomia dessa criança. 

  

No dia 21 de março, comemora-se o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma data emblemática que visa promover a conscientização sobre os desafios enfrentados por indivíduos com essa condição genética - Camila Lopes/Divulgação

PARTICIPAÇÃO ATIVA DA FAMÍLIA

A produtora de eventos Camila Lopes, mãe de Benício Barbosa, de apenas dois anos, afirmou que a família sempre teve a preocupação de incentivar ao máximo o desenvolvimento dele. Além das sessões de fisioterapia, essa atenção também era voltada para a vida escolar da criança. 

"A gente vê claramente a sensação dele, que ele entrou com um ano e meio na escola, né? E aí a gente vê ele mais comunicativo, da forma dele, ele tá aprendendo a andar, então assim, ele vê os coleguinhas andando, se movimentando. Comendo sozinho, com garfinho, bebendo água, a gente vê que ele traz isso pra casa, ele já quer comer sozinho, já pega o copinho d'água sozinho, então são essas coisas que ele vai observando as crianças típicas, né, fazendo e ele vai imitando. Então é muito importante isso, essa inclusão desde pequenininho pra ele poder ser mais independente possível, o mais cedo possível também", destacou Camila.

"O Benício não tem nenhuma distinção entre ele e os amiguinhos na escola, o que é muito importante para ele se sentir parte de tudo o que está vivendo. Além disso, na questão do ensino para ele, como ele é muito pequenino ainda, não precisa de um professor auxiliar ao lado dele. Ele está ali aprendendo tudo o que outras crianças típicas estão aprendendo da mesma forma. Ele segue no ritmo dele, mas com o empenho de ensinar para ele, vai adquirindo essas habilidades muito mais cedo", disse a fotógrafa. 

 

"O Benício não tem nenhuma distinção entre ele e os amiguinhos na escola, o que é muito importante para ele se sentir parte de tudo o que está vivendo", afirmou Camila Lopes - Thais Lima

COMBATE AO PRECONCEITO

A Síndrome de Down, causada pela Trissomia do 21, é uma condição genética em que as células apresentam três cromossomos 21 em vez de dois. No Brasil, cerca de 300 mil pessoas nascem com essa condição, conforme dados do IBGE. É importante ressaltar que a Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma variação genética.

Francelina Barkokebas enfatiza a importância de combater o preconceito e a discriminação, conscientizando e educando todos sobre a variação genética para criar um ambiente escolar inclusivo e acolhedor. 

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