Marília Arraes troca o PT pelo Solidariedade, mas vai pedir votos para Lula em campanha para o Senado

Sem espaço na briga pelo Senado, no PT, Marília Arraes vai para o Solidariedade e pedirá votos para Lula
Jamildo Melo
Publicado em 17/03/2022 às 16:59
Situação de Marília no PT é complicada Foto: RICARDO LABASTIER/DIVULGAÇÃO


A deputada federal Marília Arraes está fora do PT. A decisão está tomada e é irreversível, conforme informam interlocutores da coluna eletrônica. O comunicado oficial da partida de Marília Arraes deve ser realizado nos próximos dias ou mesmo nas próximas horas.

O timing é claramente pertinente politicamente, às vésperas da chegada da presidente do partido, Gleisi Hoffmnann, ao Estado de Pernambuco, para uma reunião com o objetivo de pacificar a escolha do nome do PT para o Senado, nas eleições deste ano, junto à Frente Popular.


Mais cedo, o blog de Jamildo já havia informado, em primeira mão, que a deputada havia se dado por vencida, na batalha interna pela indicação. Apesar de ter aparecido na frente das pesquisas eleitorais para o Senado, ela enfrentava resistência de nomes do PSB, onde já militou, bem como uma guerra interna no PT, com o cacique Humberto Costa, senador eleito pelo partido.

A neta de Arraes tentou falar com Lula esta semana em São Paulo e não teve agenda. Em paralelo, a presidente do partido havia deixado de atender seus telefonemas. A rusga está relacionada à eleição para a mesa da Câmara dos Deputados, em que o partido de Lula defendia outro nome e Marília bateu o pé e se elegeu. Depois disto, as relações jamais foram as mesmas.

No plano local, inicialmente, na oposição, houve quem apontasse que a movimentação de Marília Arraes era um blefe, para se cacifar na disputa interna.

O blog apurou que Marília tratou da entrada no Solidariedade com o deputado federal Paulinho da Força, de São Paulo. Nas conversas, a ex-candidata a prefeita do PT no Recife fez apenas uma condição, além de recursos para a campanha, obviamente. Ela pediu para estar livre para pedir votos para Lula, na campanha. O Solidariedade apoia Lula e chegou a reforçar a negociação com um convite para Alckmin de vice.

Além do Solidariedade, Marília Arraes teve colocados à disposição os partidos Rede ou Cidadania, de Daniel Coelho. Entre eles, o que mais a aproximava de Raquel Lyra era o Cidadania, pelas mãos de Daniel Coelho. A Rede era o menos cotado porque não conta com estrutura nem tempo de televisão.

Reviravolta na oposição com chegada de Marília Arraes

No Solidariedade, a deputada federal poderá assumir o comando da legenda e redirecioná-la para a oposição. Uma das especulações dá conta de que ela deve rumar ao lado da prefeita Raquel Lyra, do PSDB. A tucana já negociava nos bastidores o apoio da petista e deve recebê-la de braços abertos, já que ambas tem em comum um histórico de querelas com o PSB.

Nas redes sociais, já circula um card brincando com a possibilidade de se ter, de forma inédita, três mulheres na chapa da oposição. O grupo musical RPM é associado a Raquel, Priscila Krause e Marília Arraes.

Como ela deve ser uma candidata solo, compondo a chapa com Raquel Lyra, não precisará muito de formar uma chapa de proporcionais. No caso de Paulinho, como vários parlamentares estão deixando a legenda, este ano, ficará mais fácil mandar recursos do fundo partidário, diante da chance de eleger uma aliada para Lula.

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