Um dos grandes exemplos práticos da perda de competitividade de Pernambuco, que foi apontado pelo Banco Mundial, é o complexo turístico Costa de Guadalupe.
Com impacto de R$ 900 milhões previstos para o Litoral Sul do Estado, quase duas mil vagas de trabalho na obra e outras 800 no funcionamento, o projeto começou a tramitar em 2008, apontando uma utilização de 15% do terreno, com fortes conceitos ambientais de preservação e integração com a região.
Para ter ideia da burocracia, ao longo de 13 anos foram exigidos 38 estudos de viabilidade. Recentemente, para finalmente concluir as licenças, foi necessário desembolsar quase R$ 5 milhões em contrapartidas.
O entrave foi tanto que o Grupo JCPM, proprietário do terreno e idealizador do empreendimento turístico, com flats, hotel, casas, área de lazer, marina e restaurantes, suspendeu temporariamente o projeto.
Relatório do Banco Mundial
Um raio X do ambiente de negócios no Brasil, divulgado pelo Banco Mundial, mostra que é mais fácil abrir uma empresa no Pará, obter alvarás de construção em Roraima, registrar uma transferência imobiliária em São Paulo, pagar impostos no Espírito Santo e resolver uma disputa comercial em Sergipe, do que fazer todos esses serviços em Pernambuco. De acordo com o ranking do relatório Doing Business Subnacional Brasil 2021, Pernambuco é o pior Estado do País para se fazer negócios. O levantamento põe num ranking os estados, a partir da avaliação feita nas capitais.
Em todo o País, o relatório mostra que nenhuma localidade tem hoje todas as boas práticas para incentivar e facilitar a atividade empresarial. Há, na verdade, forte variação do ambiente de negócios entre os 26 estados e o Distrito Federal. Mesmo os que se destacam em uma frente têm deficiências em outras.
No diagnóstico do Banco Mundial, as principais causas para a complexidade burocrática incluem a falta de coordenação entre as agências envolvidas nos processos e uma implementação desigual e fragmentada dos programas de reforma.