Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
castilho@jc.com.br
Coluna JC Negócios

Com morte de Marília Mendonça, não perdemos apenas mais uma grande voz, o showbiz perdeu uma grande patroa da música sertaneja

Sua empresa administra as carreiras de artistas como Henrique e Juliano, Zé Neto e Cristiano, Tierry, Diego e Vitor Hugo, entre outros

Cadastrado por

Fernando Castilho

Publicado em 05/11/2021 às 20:55 | Atualizado em 05/11/2021 às 22:42
Marília Mendonça morreu em queda de avião no dia 5 de novembro de 2021. Fotos do corpo da cantora no IML estão circulando nas redes - MAURICIO FIDALGO/GLOBO

É importante ter presente que a morte de Marília Mendonça não deixa apenas uma enorme saudade na vida de quem aprendeu a cantar o sertanejo feminino empoderado e um jeito da mulher dar um troco depois da traição.

Marília Mendonça fazia parte da Workshow, provavelmente o maior escritório de representação artística do país no momento. Que também administra as Carreras de artistas como Henrique e Juliano, Zé Neto e Cristiano, Tierry, Diego e Vitor Hugo, entre outros.

Era, portanto uma grande empresária do showbiz sendo artista e sócia da poderosa agência Workshow que cuida das carreiras de gente muito famosa.

Por isso, sua morte é um grande tombo no negócio milionário que a música ao vivo se tornou no Brasil e cuja rotina de viagens põe os artistas em cada vez mais aviões voando em rotas alternativas que nem sempre garante que a tripulação é a mais preparada.

Mendonça era um desses artistas diferenciados que foi adquirindo prestígio que a colocava no mercado apenas abaixo de Ivete Sangalo já que Anitta já está em outro patamar.

Mendonça estava naquele momento em que a lista de espera já estava com mais de ano e cachê de 100 mil dólares ou R$ 600 mil dependendo da praça.

Isso quer dizer que quando Marília Mendonça entrava no placo entrava no ar uma enorme cadeia produtiva que ia do produtor ao funcionário que cuidava da limpeza depois que sai o ultimo fá.

Mas é importante dizer que ela ficou diferenciado pelo que entrega. A sua obra rentabilizava o produtor do show e isso exigia da mulher Marília capacidade de gestão de tempo de família.

Para quem não tem ideia da engrenagem que roda no backstage ela tinha que ver o mercado de seus contatados com o mesmo cuidado de seus shows. Rende muito dinheiro, mas exige planejamento milimétrico.

Ela estava nesse nível depois de anos de ralar. Mas é importante lembrar o que suas músicas representavam do ponto de vista de denúncia contra a mulher e como ela ajudou a milhares delas a reagir.

Marília Mendonça tinha uma capacidade de falar de cornice com uma dignidade que como dizia na música de abertura "Infiel" que mulher sabe fazer a fila andar quando é passada para trás. Ou como ela dizia advertia “Agora ela vai fazer o meu papel”

Ou na impagável esculhambação de “Vira Homem” em que ela diz:

“Faz assim
Primeiro lugar, você some
Segundo lugar, vira homem
Você é o terceiro que me perdeu”

Para quem se irrita com o junk-music de música que milhares de artistas jovens tentam fazer sucesso a qualquer custo, ela tinha a capacidade de dizer coisas como a bronca que dá em "Supera" quando se revolta com submissão e dar uma real afirmando que “Pra você isso é amor
Mas pra ele isso não passa de um plano B”

Certamente tem gente mais capacitada para falar da obra de Marilia Mendonça no campo musical, daí porque é melhor falar apenas do sucesso da cantora que estava empenhada em consolidar uma carreira internacional.

Por isso tudo é importante dizer que a morte da cantora de Goiânia que se dizia patroa e dona de seu próprio coração tinha aprendido a cuidar de muita gente.

E é por isso que sua morte é um fato econômico trágico. Para muita gente que era mais que apenas fã.

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS