No final de 2020, enquanto o mundo sofria com a pandemia do coronavírus, dois executivos pernambucanos com experiência em várias empresas de energia, corporações financeiras e participação em Venture capital, começaram a analisar o crescimento do mercado de energia solar no Brasil, onde estavam produtores residenciais e pequenas empresas e os grandes investidores fortemente capitalizados que estavam construindo grandes parques de geração no Nordeste e no Sudeste.
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O primeiro grupo só queira se livrar das altas contas de energia, cuja perspectiva era de crescimento, passando a gerar energia sobre suas casas e escritórios conectadas a uma distribuidora local que recebia o excedente e lhe dava o desconto na cota mensal.
O segundo mirava um extraordinário potencial de negócios já existente com a geração de energia solar, principalmente no Nordeste, cuja combinação da baixa de preços das lâminas fotovoltaicas com locação de grandes áreas e instalação de grandes parques se transformava numa oportunidade de vendas no mercado livre, que crescia a taxas de dois dígitos.
“Faltava o miolo”, diz o engenheiro de formação e investidor de energia, Tiago Maranhão Alves, que junto com o físico de formação e investidor em Venture capital, Luiz Cláudio da Silva, fundaram, em Londres, na Inglaterra, onde vivem atualmente, a Solar Américas Capital. A empresa mira construir, adquirir e consolidar no Brasil um portfólio de 2 GW de ativos solares em mercados emergentes até 2026, por meio de estruturas de capital eficientes em novos negócios que incluem o cliente no modelo de investimentos.
De fato, existe mesmo um mercado a descobrir em empresas que não têm recursos nem interesse em construir e gerenciar parques eólicos, mas também não desejam apenas trocar de fornecedor de energia, ainda que isso possa reduzir a conta de energia das suas plantas, galpões e sedes espalhadas pelo País.
Na verdade, esclarece Alves, temos, de um lado, empresas que estão crescendo, projetando e instalando sistemas fotovoltaicos, que atender residências e empresas de pequeno e médio porte. E de outro, grandes empresas interessadas em vender grandes blocos de energia ancoradas no discurso verde e de integração ao futuro padrão ESG.
Esse mercado é bem interessante. Empresas estão cada vez mais interessadas em associar seu nome a plantas de geração eólica e solar, enquanto reduzem suas despesas de energia que, ano passado, teve forte alta.
Os fundadores não tiveram dificuldades em encontrar parceiros entre outros pernambucanos investidores que atuam em diversas áreas como participação em startups e aceleradoras que se associaram ao projeto cuja meta era chegar a 2 GM em cinco anos.
Juntaram-se aos dois fundadores executivos do setor público Leonardo Cerquinho (Suape) e Paulo Guimarães (BNDES) além de executivos de grandes empresas e finanças como Leonardo Teixeira, Rebecca Bezerra, Besma Bourjini e Bruno Didier.
Também se juntaram ao grupo, investidores do mercado financeiro como Raphael da Fonte e Estácio Viera Filho (líder da holding de investimentos da família Vieira fundadores dos hospitais Santo Joana e Memorial São M) que apostam no mercado de clientes corporativos interessados em estar no projeto, aquisição e construção de fazendas solares e investidores estratégicos interessados no marcado de energia.
Verificamos que tem muito empresário que está insatisfeito com o que está pagando mensalmente, mesmo quando compra de um grande produtor, reconhece Alves. São empresas que têm capital aplicado noutros investimentos, mas que pelo aumento dos custos da energia, não remuneram o suficiente para cobri-los.
O modelo Solar Américas foca na abordagem de potenciais empresas e usuárias de grandes blocos de energia elétrica, propondo que invistam em fundos que focam na compra ou produção de energia solar com uma remuneração suficiente para cobrir a redução das despesas de energia e suficiente para gerar remuneração financeira. O discurso também é de ajudar o cliente a compensar as emissões de carbono.
Entretanto, entrar numa parceria como a que a Solar América oferece exige a determinação de colocar dinheiro no primeiro ano do investimento (necessários para a instalação das fazendas solares, enquanto continua pagando a conta mensal) de energia, embora, a partir daí, o capital possa ser remunerado numa tendência que facilmente supera os produtos financeiros do mercado.
Thiago Alves e Luiz Claúdio Silva distribuíram funções para seus sócios em várias regiões, embora o foco de geração seja o Nordeste. Eles estão fechando captações especialmente em empresas que se propõem a ter nas suas plantas sistemas de geração fotovoltaica, às vezes suficientes para justificar um investimento de porte.
"A diferença do nosso modelo é que estamos abertos a fornecer energia mais barata equacionando um projeto local, como atrair o empresário para os nossos produtos sem que ele se preocupe com outro negócio que não é o seu", esclarece o com fundador da Solar Américas.
A companhia está se preparando para o anúncio de seu primeiro parque solar constituído a partir dessa parceria com vários empresários, a maioria controladores de indústrias e CDs que desejam se beneficiar da compra de energia com menor preço e capturar a rentabilidade do investimento.