Universidades veem Instituto Pernambuco-Porto como base para internacionalização de seus campi

Reitores das universidades de Pernambuco (UPE e UFPE) analisam a instalação do Instituto Pernambuco-Porto (IPPB), iniciativa dos empresários Zeferino Ferreira da Costa e Artur Valente e inaugurado nesta quinta-feira (28) no campus da Universidade do Porto, como uma futura base de seus projetos de internacionalização seja pela instalação de escritórios nas suas instalações seja pelo desenvolvimento de parcerias para novos estudos e pesquisa da língua portuguesa.

O vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo, apresentou na solenidade a proposta de instalação no IPPB, a proposta de que o consorcio formado pelas universidades de Pernambuco tenha ali um escritório de assuntos internacionais. Para ele a sede do instituto pode agilizar o processo de internacionalização da UFPE embora o convite seja de que o consorcio se integre no local.

A reitora da UPE, Maria do Socorro de Mendonça Cavalcanti, concorda com a proposta e diz que a UPE tem interesses na área de engenharia onde a Universidade do Porto é referência e revelou que professores da instituição como o pesquisador da área de história Karl Schurster Verissimo já trabalham nessa proposta.

Entretanto, pelo entusiasmo com que os membros da comunidade academiam falaram no evento, que contou com a presença do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e do embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos a própria Universidade do Porto onde o IPPB está instalado também pensa em abrigar nas instalações uma extensão dos departamentos que dedicam aos estudos da língua portuguesa.

O reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, disse que a UP quer aproveitar a sinergia das universidades de Pernambuco para ampliar as pesquisas nos estudos da Comunidade de Língua Portuguesa onde a sua universidade vem se destacando.

A inauguração de um edifício com 2.300 com 17 salas auditório e até instalações para abrigar pesquisadores por pequenas períodos também animou o governo do Estado de Pernambuco. O IPPB custou 3,2 milhoes de euros(R$ 17,5 milhoes) e vai precisar ade 200 eyros (R$ 1,60 milhão por ano) para se mater.

O presidente da Adepe, Roberto Andrade, que integrou a comitiva do governo do Estado, revelou que a proposta do Governo é usar o IPP como um canal de negócios para empresas pernambucanas com interesse em exportar para a União Europeia a partir de Portugal assim como prospectar empresas portuguesas localizada no que possam atuar no Brasil.

Andrade disse que a Adepe tem os números da corrente de comercio de Pernambuco com Portugal, mas que deseja refinar os dados tentando chegar a corrente de comercio Pernambuco Porto para abordagens mais especificas.

O governo programa ao menos dois eventos de negócios na cidade do Porto, um deles voltado para a indústria de confecções.

A solenidade de inauguração do IPPB foi marcada pela citação de todos os oradores a poetas portugueses e brasileiros com destaque para a professora Margarida Cantarelli que fez um discurso mostrando que o idioma entre os dois países tem sido a ancora que sustenta suas culturas e lembrou que essa marca é tão forte que até a constituição de 1988 nenhuma das Cartas Magnas dizia que o português é o idioma do Brasil dado ao entendimento que não era necessário.

Apenas na Constituinte os legisladores entenderam que era necessário o que colocado no Artigo 13 que diz: A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.

Na inauguração do IPP o governador também fez citações de poetas especialmente o verso de Fernando Pessoa “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Para dizer que quando isso acontece o esforço se traduz em benefício concreto como fez Zeferino Ferreira da Costa.

Na solenidade, a reitora da Universidade de Pernambuco Maria do Socorro Cavalcanti entregou ao empresário Zeferino Ferreira da Costa a medalha do Mérito Universitário aprovada pelo Conselho Diretor da instituição pelos relevantes serviços prestados a comunidade acadêmicas e a Pernambuco como empresário e empreendedor no setor da Construção Civil.

O empresário português entregou o prédio oficialmente na tarde desta quinta-feira depois de um longo processo de desenvolvimento até que finalmente em 2019 a construção ficou pronta.

Mas a chegada da pandemia impediu qualquer festa de inauguração que somente ontem foi efetivada.

No seu discurso a professora Margarida Cantarelli revelou que o projeto de instituto nasce de uma conversa de Zeferino com amigos portugueses em Vila Nova de Gaia, em 1992, mas que se transformou numa missão para Ferreira das Costa. E disse que o instituto é na verdade uma “Casa da Língua Portuguesa”.

Nesta quinta-feira (28) ele lembrou sua amizade com Artur Valente, que não pode comparecer por recomendação sendo representado por sua filha Gabriela Valente que agradeceu a determinação do empreendedor.

Outro empresário português Aurélio Tavares, atual vice-presidente do IPPB também fez uma saudação recitando trechos do poema precisa-se de um amigo de Vinícius de Moraes onde o autor diz que “Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração/ Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo”.

Finalmente, o embaixador Luís Faro Ramos, provocou a plateia formada de empresários pernambucanos que viajaram ao porto perguntado quantos deles haviam estado em Macapá? Para dizer que estivera na capital do Amapá para celebrar um outro acordo da Universidade do Porto com a Universidade Federal do Amapá.

O jornalista viajou a convite do Instituto Pernambuco - Porto Brasil.