Rota de bicicletas a todo vapor no Recife

Publicado em 28/01/2017 às 11:10
Foto: NE10


Fotos: André Nery/JC Imagem   A polêmica foi grande e a primeira etapa prometida é apenas uma pequena parte de um projeto maior, que talvez nem consiga sair do papel plenamente. Mas os 5,1 quilômetros da rota cicloviária que pretende ligar o Marco Zero, no Bairro do Recife, ao município de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, começaram a virar realidade de pois de três anos de promessas. Quem passa na Rua da Aurora já vê a ciclovia ganhando forma no cais, próxima ao rio e sombreada em boa parte do percurso. A conclusão do primeiro trecho, até a Fábrica Tacaruna, no limite do Recife com Olinda, continua sendo o mês de abril. LEIA TAMBÉM Falhas e acertos na primeira etapa do Plano Diretor Cicloviário do Recife, segundo os ciclistas Primeiro trecho recifense do Plano Diretor Cicloviário (PDC) começa a ser implantado. Confira detalhes do projeto Promessa de rota ciclável com 5,5 km ligando o Recife a Olinda Sistema BikePE está sucateado. Faltam bicicletas e falhas são cada vez mais frequentes   Até agora, a intervenção tem menos de dois quilômetros e ainda está na primeira frente de trabalho. Mas segundo a Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, responsável por viabilizar o projeto via o programa Prodetur, o cronograma de obras está sendo atendido dentro do previsto. “Começamos no Cais da Aurora, onde a intervenção acontece na área do passeio público e, por isso, gera menos impacto, mas ainda esta semana estaremos indo para a área da Praça da República. Serão várias frentes de trabalho simultâneas”, afirmou a secretária executiva do Prodetur, Manoela Marinho. O Cais da Aurora é o único trecho da rota ciclável que terá uma ciclovia – quando o espaço dos ciclistas é isolado fisicamente dos carros. O restante da rota será de ciclofaixas – quando a separação é feita com tachões – e ciclorrotas – apenas sinalização horizontal e vertical. A implantação da ciclovia sobre o Cais da Aurora, inclusive, foi alvo de críticas dos cicloativistas. O argumento era de que o governo do Estado não estava tendo coragem de reduzir o espaço dos automóveis e, por isso, comprometia o dos pedestres. Mas na época da polêmica, em outubro do ano passado, quando foi definido o traçado da primeira etapa do eixo, o secretário Felipe Carreras explicou que era o possível a ser feito. “Sabemos que a rota não atenderá à exigência de parte dos cicloativistas, que queriam uma infraestrutura nas Pontes Buarque de Macedo e Princesa Isabel, o que não foi possível. Mas isso não pode virar uma polêmica. Estamos avançando. Não estamos subtraindo, mas somando. São conquistas que estão mudando a consciência do poder público e da sociedade”, argumentou na época. As duas pontes citadas pelo secretário renderam mais polêmicas porque não terão infraestrutura para os ciclistas. Equipamento no Cais da Aurora terá trechos com piso intertravado. Estado explica que está reproduzindo na ciclovia o piso existente no entorno O eixo cicloviário terá quase um quilômetro de ciclorrota e apenas um quilômetro de ciclovia. O restante será de ciclofaixa. Em dois pontos – na Ponte Princesa Isabel (entre a Rua da Aurora e a Praça da República) e no pontilhão que corta a Avenida Agamenon Magalhães e liga a Avenida Jayme da Fonte, em Santo Amaro, à Rua Odorico Mendes, em Campo Grande – os pedestres terão que descer da bicicleta para garantir a segurança. Os pontos que geraram polêmica desde o início da elaboração do projeto, inclusive com um período para apresentação de propostas de solução para os conflitos, continuaram. Em apenas um ponto a Associação Metropolitana dos Ciclistas da Região Metropolitana do Recife (Ameciclo) conseguiu convencer o governo do Estado e, principalmente, a CTTU e a Secretaria de Mobilidade do Recife: a implantação de um trecho inferior a 200 metros de ciclofaixa na Rua da Aurora e, não, sobre a calçada do Cais da Aurora. Outra vitória é a retirada de 70 vagas de estacionamento para dar lugar a uma ciclovia no trecho. A rota ciclável começará na Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, mas não seguirá em frente pela Ponte Buarque de Macedo, o que seria o lógico. Segundo a Secretaria de Turismo do Estado, foi impossível convencer a CTTU a manter o traçado por causa da área de giro dos ônibus BRT do Corredor Norte-Sul, que entram na ponte, além do volume de veículos que passam no trecho. Assim, ela seguirá como ciclorrota pela Rua Madre de Deus, depois seguirá pela Rua Marquês de Olinda e Ponte Maurício de Nassau sempre à direita.  
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