O transporte público coletivo sobre trilhos segue sendo impactado pela pandemia de covid-19. Relatório anual da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) confirma o estrago que a crise sanitária tem feito ao afastar - pelas mais diversas razões - o passageiro dos sistemas de metrô, trens e Veículo Leve sobre Trilhos (VLTs) no País. Em 2020, o setor bateu recorde negativo e, além de transportar menos, não cresceu nada. A perda de demanda foi de 55,9% entre março e dezembro de 2020. De 11 milhões de passageiros por dia em 2019, caiu para 5,8 milhões no ano passado. Um déficit financeiro calculado em R$ 8 bilhões.
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Um índice ainda maior do que a queda média registrada pelo transporte público por ônibus, que está na casa de 40% e 45%. E, ao longo dos 12 meses de 2020, os sistemas de metrô, trem urbano e VLTs transportaram apenas 1,7 bilhão de passageiros, enquanto que em 2019 foram 3,3 bilhões de usuários. A maior redução no volume de passageiros em trens e metrôs durante a pandemia foi registrada nos sistemas do Rio de Janeiro, que transportaram 252,6 milhões de pessoas entre março e dezembro - uma redução de 57% em relação ao ano anterior.
Em seguida, vem São Paulo, onde a queda foi de 55,4%, com 1,3 bilhão de passageiros transportados no mesmo período. Os metrôs, trens e VLTs do Nordeste transportaram 146,3 milhões de passageiros, 52% menos do que em 2019. O levantamento considera todos os sistemas de transporte sobre trilhos no Brasil, incluindo os metrôs sob gestão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) - onde está o Metrô do Recife. As exceções no levantamento são o Metrofor (CE), o sistema de Teresina (PI) e o VLT da Baixada Santista (SP).