Sete anos depois da Copa do Mundo no Brasil, Pernambuco tenta, mais uma vez, dar continuidade à construção de um dos principais símbolos do descompromisso dos gestores públicos com o dinheiro coletivo: o Ramal da Copa, um corredor viário que nunca vingou e que deveria ser o principal acesso à Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, e à Cidade da Copa - também nunca construída.
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A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco (Seduh) abriu no início deste mês a licitação para contratação da empresa que fará a obra de proteção da fundação do Viaduto 2 do Ramal da Copa e o revestimento do canal formado pelo Riacho Mesquita, entre os municípios de Camaragibe e São Lourenço da Mata. O edital ainda é um passo pequeno, mas seria o início da retomada dos trabalhos do Ramal, uma das missões da Seduh anunciada pelo novo secretário da pasta, Tomé Franca, em entrevista à Coluna Mobilidade.
O valor estimado da obra é de aproximadamente R$ 630 mil, com prazo de execução de 250 dias. Segundo informações repassadas pela Seduh, o serviço é necessário para evitar o comprometimento da escavação da fundação do viaduto por águas pluviais, o que pode vir a comprometer a estrutura. “Após a execução da obra de proteção e revestimento do canal, a Seduh dará continuidade aos trabalhos no Viaduto 2 com a construção da cabeceira em terra armada, possibilitando o trânsito de veículos e facilitando o acesso entre a Avenida Belmino Correia e o Ramal da Copa”, diz a secretaria por nota.
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VELHAS MISSÕES
O Ramal da Copa integra um pacote de pendências históricas de mobilidade em Pernambuco e que sempre estiveram sob responsabilidade da Seduh. Para finalizá-lo, incluindo a pavimentação, são três obras que totalizam R$ 19,5 milhões. “Até meados de outubro deveremos estar com todas as licitações na rua. A maior parte desses recursos (90%) serão do governo de Pernambuco, até porque os recursos federais já tinham sido repassados. É fato que são prioridades antigas, de outros secretários também, mas precisam ser de todos até serem concluídas porque são obras estruturadoras para a RMR. Temos obrigação de terminá-las”, afirmou o secretário Tomé Franca em entrevista à Coluna Mobilidade.