Eles nunca foram tão valorizados pela população como no auge da pandemia de covid-19, mas depois que o isolamento foi flexibilizado, voltaram a ser invisíveis. Principalmente para as empresas que os contratam. Mas, mesmo que lentamente e numa dimensão que ainda é muito, muito pequena, algumas iniciativas começam a surgir pelo País para valorizar um pouco o trabalho dos entregadores de alimentos por aplicativo (delivery). Especialmente aqueles que usam a bicicleta como veículo de transporte e trabalho.
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Uma dessas iniciativas chegou recentemente ao Recife, depois de um ano sendo praticada em São Paulo e, em menos tempo, nas cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador e Brasília: o iFood Pedal, serviço que oferece aluguel de bicicletas exclusivo para entregadores. Os profissionais se cadastram e têm direito a usar, por um período e, inicialmente, sem custo, bicicletas comuns e elétricas para fazer as entregas.
O projeto é uma parceria do iFood - hoje o maior delivery do País, tendo desbancado até mesmo o Uber Eats - com a Tembici, empresa que opera o sistema de compartilhamento de bicicletas públicas no Brasil e em países da América Latina, inclusive o Bike PE, ofertado no Recife e pontualmente em Olinda e em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana.
A inovação é muito boa para melhorar o trabalho do entregador. Posso ficar 8 horas com ela, fazendo duas viagens de até 4h cada. Além disso, posso fazer mais duas viagens com o Bike PE. Isso nos ajuda muito porque reduz nosso custo com a bicicleta própria - que sempre existe - e, principalmente, reduz o risco de assalto. Sem falar que, no caso das e-bikes, que têm pedal assistido, o esforço é menor. Assim nos cansamos menos”,Guilherme Magero, entregador de delivery
Os números do projeto são grandiosos: mais de 1 milhão de pedidos entregues com bikes elétricas e bikes convencionais compartilhadas, evitando a emissão de 271 toneladas de CO2 na atmosfera. Além disso, mais de 13 mil entregadores cadastrados e o compromisso assumido publicamente de, até 2025, ter pelo menos 50% das entregas feitas por modais não-poluentes, e disponibilizar 2.500 bikes elétricas em todo o País, até o fim de 2022.
A OPINIÃO DE QUEM USA
Ver o iFood e a Tembici defenderem o projeto iFood Pedal, garantindo que ele é excelente, o único do mundo, já era de se esperar. Mas ouvir de quem usa, é bem diferente. E quando quem usa aprova, faz toda a diferença. Foi o caso do estudante de educação física Guilherme Magero, 22 anos, um dos primeiros a aderir ao projeto. O jovem tem usado as e-bikes disponíveis e está gostando da proposta
“A inovação é muito boa para melhorar o trabalho do entregador. Posso ficar 8 horas com ela, fazendo duas viagens de até 4h cada. Além disso, posso fazer mais duas viagens com o Bike PE. Isso nos ajuda muito porque reduz nosso custo com a bicicleta própria - que sempre existe - e, principalmente, reduz o risco de assalto. Sem falar que, no caso das e-bikes, que têm pedal assistido, o esforço é menor. Assim nos cansamos menos”, afirma Guilherme Magero.
As bicicletas elétricas facilitam a vida dos entregadores - que têm uma rotina pesada em todo o País - porque têm pedal assistido, ou seja, o motor é acionado quando a bicicleta é pedalada, sem acelerador, tornando a bike mais leve.
COMO FUNCIONA
No Recife, as e-bikes podem ser encontradas no ponto de apoio do iFood Pedal, localizado na Rua Bruno Veloso, 528, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. No local, os entregadores também recebem equipamentos de proteção e suporte, como capacetes e bags, além de máscara e álcool gel.
Confira as regras:
- Retirada e devolução de Bikes Elétricas (das 10h30 às 21h). As e-bikes só podem ser retiradas e devolvidas nos pontos de apoio e retirada do iFood Pedal
- Compra e renovação de planos (das 10h às 18h40)
Com o plano, é possível usar também as bicicletas do sistema Bike Itaú
(*) Inicialmente, os planos estão sendo gratuitos
Como usar:
- Até 2 viagens de 4 horas por dia com bikes elétricas
- Sem custo (por enquanto) por retirada da bike elétrica
- Acesso aos Pontos de Apoio iFood Pedal
- É cobrado R$5 por hora excedente
- Depois de 31/3, plano custará R$ 30,90/mês
Quando o projeto estiver totalmente implementado, a estrutura será substituída por pontos de apoio equipados com filtros de água, banheiros, mesas, microondas, pontos de recarga de celular e espaço de descanso - prometem a Tembici e o iFood.