As imagens da violenta colisão frontal entre uma caminhonete Saveiro e um caminhão, ocorrida na noite de domingo (14/5), Dia das Mães, foi a principal razão desta reportagem. A morte de três pessoas - pai, mãe e filha - é outra importante razão, sem dúvida e ainda mais no Dia das Mães, mas a dimensão do estrago de um dos veículos é ainda mais forte.
Infelizmente.
Embora forte, impactante e dura, a imagem da Saveiro completamente distorcida precisa ser exibida para que as pessoas entendam a responsabilidade que é conduzir um veículo automotivo e quantos perigos individuais e coletivos estão envolvidos no processo.
O sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define. Entenda) aconteceu às 20h40, no km 73 da BR-407, em Petrolina, município do sertão pernambucano. O local fica nas proximidades do Povoado de Pau Ferro. A BR-407 é mão simples, ou seja, tem sentido de tráfego duplo.
Pelos vestígios verificados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi o condutor da caminhonete Saveiro quem teria entrado na contramão da rodovia e provocado a colisão de frente. Apesar do estrago no caminhão, que chegou a capotar, o caminhoneiro ficou ferido sem gravidade e foi encaminhado ao Hospital Universitário de Petrolina.
Realizou o teste do bafômetro e o resultado foi normal, segundo a PRF. Enquanto os três ocupantes da caminhonete faleceram no local: Natalício Batista da Silva (o pai), Alice Martins da Silva (a mãe) e Natália Martins Albuquerque (a filha).
MORTES NO TRÂNSITO CRESCEM PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO NO BRASIL
A violenta colisão na BR-407 que matou pai, mãe e filha no Dia das Mães reflete o descontrole que o trânsito brasileiro vive há mais de uma década e que só aumenta. Os dados mais atualizados do DataSUS do Ministério da Saúde, fechados na semana passada, apontam que o Brasil segue matando demais no trânsito.
Nem mesmo a pandemia de covid-19, que trancou a maioria da população em casa por meses, foi suficiente para tornar os motoristas menos irresponsáveis ao volante. Ao contrário, a velocidade e a mistura de álcool e direção explodiram.
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O trânsito no Brasil matou 33.813 em 2021. Esse número representa um crescimento de 3,5% em relação a 2020, quando o País teve 32.716 mortes.
Embora de dois anos atrás, os dados de 2021 são os mais atualizados pelo DataSus, que mantém um hiato superior a um ano para fechar as estatísticas de mortes no trânsito.
O DataSUS considera os códigos CID-10 V01 a V89, ou seja, vítimas pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas.