Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

CARRO POPULAR: descontos poderão chegar a 11% no preço do CARRO POPULAR

A base da proposta é o corte de impostos para ampliar o acesso a carros populares

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 25/05/2023 às 14:56 | Atualizado em 25/05/2023 às 17:32
O objetivo do pacote de estímulo à indústria automobilística é reduzir os valores iniciais de modelos compactos com motor 1.0 - FELIPE RIBEIRO/JCIMAGEM

Como esperado e temido pelos defensores da mobilidade urbana sustentável, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai dar mais um estímulo à indústria automobilística. Nesta quinta-feira (25/5), anunciou um plano para reduzir o preço dos carros populares novos.

Em anúncio no Palácio do Planalto, em Brasília, após reunião entre Lula e os representantes do setor automotivo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) divulgou que a principal medida será a redução de tributos para veículos de até R$ 120 mil, com a redução do IPI e do PIS/Cofins.

INCENTIVO À INDÚSTRIA DO CARRO: LULA faz demagogia no lugar de política pública no Brasil

O governo federal ainda vai anunciar quantas faixas de redução serão feitas, mas as reduções nos preços finais dos veículos poderão chegar a 10,96%. A lógica do governo é que os descontos sejam maiores para os carros mais baratos.


Ilustração critica postura de Lula - Thiago Lucas

O objetivo do pacote de estímulo à indústria automobilística é reduzir os valores iniciais de modelos compactos com motor 1.0 para valores entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Atualmente, o automóvel mais barato vendido no Brasil é o Renault Kwid na versão Zen, que custa R$ 69 mil. Os preços dos carros têm sido alvo de críticas do presidente Lula, inclusive publicamente.

A REAÇÃO ao PACOTE DA INDÚSTRIA DO CARRO tem sido grande. CONFIRA.

O pacote foi anunciado por Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e foi o responsável pelo desenho do programa, cujos detalhe, segundo o jornal Folha de São Paulo, foram acertados ainda na quarta-feira (25), durante reunião entre Lula, Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

PACOTE FEDERAL TEM DISFARCE DE SUSTENTABILIDADE

Segundo Alckmin, o desconto que irá variar de 1,5% a 10,96%, terá como base três fatores, entre eles um ligado à sustentabilidade - numa clara tentativa do governo de revestir o pacote com características sustentáveis e, assim, apaziguar as críticas das entidades que criticam a indústria do carro:

1) O valor atual do veículo: quanto mais barato o carro, maior será o desconto tributário;
2) A emissão de poluentes: quanto mais limpo for o motor e o processo produtivo, maior o desconto;
3) A cadeia de produção: quanto maior o percentual de peças e acessórios produzidos no Brasil, maior o desconto.

“Hoje, o carro mais barato é quase R$ 70 mil. Queremos reduzir esse valor. Quanto mais acessível, maior será o desconto do IPI, PIS-Cofins. O segundo critério é premiar e estimular a eficiência energética, quem polui menos", afirmou o vice-presidente.

Também de acordo com Alckmin, o Ministério da Fazenda terá um prazo de 15 dias para adequar a decisão às regras fiscais, calculando a perda de arrecadação e informando qual será a compensação no orçamento.

Em seguida, o governo editará uma medida provisória e um decreto para regulamentar o tema. As medidas serão anunciadas integralmente em junho.


Governo Lula anuncia corte de impostos para ampliar acesso a carros populares e valor pode cair até 10,79% - GUGA MATOS/JC IMAGEM

ANFAVEA PREVÊ CARRO POPULAR ABAIXO DE R$ 60 mil

Ao G1, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, afirmou que, com o pacote de estímulo, os carros novos deverão voltar a custar menos de R$ 60 mil nas concessionárias.

"Na questão do preço, cada montadora tem sua política. Mas pelos números que vêm sendo apresentados, é muito possível termos preços abaixo de R$ 60 mil. Hoje, com as reduções tributárias que estão em discussão e o esforço conjunto de todo setor, é bem possível que tenhamos. Mas isso é uma questão que cada montadora, que cada fabricante, tem a sua política", declarou.

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