Apesar dos atrasos, a Ponte Iputinga-Monteiro (batizada de Engenheiro Jaime Gusmão), na Zona Norte do Recife, obra que se arrastou por anos e foi viabilizada na gestão do prefeito João Campos (PSB), deverá ser concluída e liberada ao tráfego de veículos "em breve". A expectativa é de que a inauguração aconteça ainda no início deste semestre.
A garantia foi dada, em nota, pela Prefeitura do Recife depois que o vereador Alcides Cardoso (PL), líder da oposição na Câmara do Recife, voltou a fazer denúncias sobre o andamento de construção da obra, afirmando que os trabalhos seriam concluídos apenas no fim do ano - prazo bem maior do que o previsto e anunciado pela gestão municipal.
A denúncia teve como base uma publicação feita no Diário Oficial do município nesta terça-feira (9/7), pela Autarquia de Urbanização do Recife (URB), e que se refere ao segundo termo aditivo ao contrato, assinado ainda em abril de 2023. Na publicação é informada a prorrogação por 180 dias do contrato com as empresas responsáveis pelo projeto (Consórcio Vemac), ao valor inicial de R$ 45 milhões. Esse aditivo seria para viabilizar o sistema viário da ponte, com previsão de conclusão no dia 18 de dezembro deste ano.
“No mês passado, fiz uma série de questionamentos ao prefeito João Campos após visitar o canteiro de obras da Ponte Iputinga-Monteiro e que não foram respondidos com a exceção do prazo de conclusão, que, sem surpresa, foi mais uma vez adiado. E por que não nos surpreendeu? A fiscalização feita pelo nosso mandato, com imagens de drone, escancarou que muito ainda tinha que ser feito, como o andamento da ligação entre a cabeceira da ponte e o trecho que liga à Dezessete de Agosto. São 12 anos de espera, mais de R$ 110 milhões gastos, três gestões do consórcio PSB/PT que passaram, várias promessas vazias e a redução do impacto da ponte na mobilidade da nossa cidade com todo esse atraso”, afirmou o vereador Alcides Cardoso.
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A prefeitura, entretanto, negou o atraso em uma nota oficial. A URB explicou que o aditivo de contrato, publicado no DO, se referia aos serviços remanescentes do sistema viário complementar nas duas margens e que eles não vão impedir a inauguração da ponte ou sua utilização.
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“Entre os serviços remanescentes estão previstas a reforma da Praça do Monteiro e dos passeios públicos, além da requalificação de diversas vias no bairro da Iputinga, assim como da área do entorno da ZEIS Esperança Cabocó. Por fim, ao contrário do que alega o vereador, a autarquia confirma que esses serviços não impedem a inauguração nem tampouco a utilização da ponte”, afirmou a PCR.
E seguiu: “As obras da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, que ligará os bairros da Iputinga e do Monteiro, cruzando o Rio Capibaribe, estão acontecendo normalmente e o equipamento deverá ser entregue à população no início deste segundo semestre. A etapa principal dos trabalhos foi finalizada em dezembro do ano passado e a segunda fase está na reta final”, disse.
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A obra da Ponte Iputinga-Monteiro foi iniciada em 2012, no final da gestão do ex-prefeito João da Costa (PT), deveria ter sido entregue em 2014, já na administração do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB), mas foi paralisada e seguiu assim até o prefeito João Campos retomá-la.
Mas, desde então e devido a problemas com as desapropriações de residências do lado do bairro do Monteiro, a obra vem sofrendo com vários adiamentos: foi prometida pelo prefeito para janeiro de 2024, depois para abril. Em junho, o JC tentou saber qual a previsão de conclusão dos trabalhos, mas a imprensa da PCR não definiu uma data. Apenas informou que os trabalhos seguiam.
Segundo informações oficiais repassadas anteriormente pela PCR, a construção da ponte consumiu R$ 43,5 milhões e deveria ser concluída, de acordo com o prazo atual do contrato, em dezembro de 2023. Já a obra do sistema viário tinha um valor inicial contratado de R$ 45,7 milhões e prazo de execução até o dia 17 de junho de 2024.