É responsabilidade do setor público definir critérios para vacinação, não da saúde privada
A questão toda é que temos, hoje, um governo que não atua. Não atua e ainda impede os governos estaduais de agirem
Algumas organizações de saúde privada estão se antecipando ao Ministério da Saúde e estudam apresentar um projeto para comprar vacinas contra a Covid-19 e vendê-las entre seus pacientes. O argumento é forte. Até esta data, o governo não apresentou um plano completo de vacinação. Até aqui, sabe-se apenas que serão quatro fases, mas sem datas definidas nem vacinas efetivamente adquiridas. Quando muito apalavradas.
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Essa ideia tem prós e contras e poderíamos iniciar este diálogo lembrando que em outras campanhas de vacinação, como da gripe, por exemplo, além dos postos de saúde pública, clínicas privadas também ministravam a imunização. Assim, faz-se necessário analisar que o ponto negativo de termos uma vacina para a população nos postos de saúde e outra para quem pode pagar, nas clínicas privadas, é o estoque. É a quantidade de vacinas que está em jogo. Definitivamente, não há vacina para todos. E pobres e ricos no Brasil são quase 210 milhões. O país, nem tão cedo disponibilizará de 420 milhões de vacinas para ministrar as duas doses.
Há quem argumente que havendo essa compra da vacina pela iniciativa privada, o SUS (Sistema Único de Saúde) estaria desafogado para cuidar dos demais pacientes. A questão toda é que temos, hoje, um governo que não atua. Não atua e ainda impede os governos estaduais de agirem.
Ao menos que fique claro que o setor público é que tem de definir critérios. Seja nas clínicas do SUS ou nos consultórios particulares.
Pense nisso!
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