Distrito Federal teve mais de 400 pessoas em espera por leito de UTI e dezenas de corpos amontoados em hospitais
"Algumas autoridades de cidades pobres do sertão de Pernambuco dentro do possível estão dando atendimento exemplar aos cidadãos e enfrentando a pandemia como deve ser. Tratando a vida com dignidade". Leia a opinião de Romoaldo de Souza
Quem, por algum infortúnio, chegasse no último fim de semana nos hospitais do Guará e da Ceilândia, duas das principais cidades do Distrito Federal, ia se deparar com cenas de guerra. De guerra, de uma região atingida por um tsunâmi, um terremoto. Mais de 400 pessoas aguardando na fila por um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e dezenas de corpos amontados pelos corredores aguardando serem levados para o IML (Instituto Médico Legal).
Uma colega me contou que passou quatro horas na porta do hospital sem nem poder resgatar o corpo do filho morto na madrugada, e sabendo que era uma daqueles cadáveres que enxergava a distância dentro da unidade hospitalar. Adepta do Espiritismo, a educadora lembrou-se do médium Xico Xavier (1910 — 2002) “Aqueles que amamos não morrem jamais, apenas partem antes de nós”, mas “eu queria ao menos me despedir do meu filho sem precisar vê-lo nessa situação”, descreveu aos prantos.
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E aqui não se trata de fazer uma comparação entre a cidade onde está a maior renda “per capita” do país e um vilarejo do interior, não. Mas onde se encontram governantes que fazem pouco caso com a vida das pessoas, e algumas autoridades de cidades pobres do sertão de Pernambuco que dentro do possível estão dando atendimento exemplar aos cidadãos e enfrentando a pandemia como deve ser. Tratando a vida com dignidade.
Pense nisso!
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