Não é normal o país estar à beira do precipício e o novo ministro ter coragem de pedir paciência
Ontem, quando Marcelo Queiroga deu curta entrevista na chegada ao Palácio do Planalto, ainda atordoado sem saber quando vai sentar-se na cadeira do Ministério da Saúde, o médico paraibano pediu paciência aos repórteres:
Não pode parecer normal o país está à beira do precipício, registrando mais de 2 mil mortes por dia, ter um ministro da Saúde de fato e outro de direito e um deles ter coragem de pedir paciência.
Parece atabalhoada a ideia de um governo que nega a pandemia e quanto a situação se agrava se dar ao luxo de ter um ministro decorativo, embora sendo oficialmente o titular do cargo, e um ministro que começa a tomar medidas que o anterior negligenciou, enquanto se arrasta sem data, a posse o novato. Fala-se que será na terça-feira, da próxima semana.
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Ontem, quando Marcelo Queiroga deu curta entrevista na chegada ao Palácio do Planalto, ainda atordoado sem saber quando vai sentar-se na cadeira do Ministério da Saúde, o médico paraibano pediu paciência aos repórteres: “O presidente me deu autonomia para montar minha equipe, eu peço a vocês, um pouco de paciência para que, num curto prazo, nós consigamos trazer medidas adicionais às que tem sido colocadas em prática pra que esse cenário melhore."
Em meio a um turbilhão de negacionismo, como o presidente que diz que quem pede por mais vacina é um imbecil e uma autoridade sanitária que pede paciência, sabendo ele que o vírus não é paciente, eu me pus a solfejar a música do cantor pernambucano Oswaldo Lenine Macedo Pimentel, mundialmente conhecido como Lenine:
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência”
Pense nisso!
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