Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
OPINIÃO

Parece que Queiroga será um gestor fraco, que pouco ou quase nada vai apitar no Ministério da Saúde

Diante de uma aglomeração de apoiadores e o do médico cardiologista Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina como "tratamento precoce" no enfrentamento do vírus. Leia a opinião de Romoaldo de Souza

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JC

Publicado em 08/04/2021 às 7:27 | Atualizado em 08/04/2021 às 7:52
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde - EVARISTO SA/AFP

O que faz um presidente da República pegar um avião, viajar 1.750km para fazer um discurso que nega todos os princípios revelados pelas pesquisas científicas e elogia o tratamento precoce para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 que até esta quarta-feira tinha matado 340.776 brasileiros? Só pode ser a síndrome negacionista que norteia o atual governo.

Diante de uma aglomeração de apoiadores e o do médico cardiologista Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina como “tratamento precoce” no enfrentamento do vírus. “Eu fui acometido de Covid. Procurei não me apavorar. Tomei o medicamento que todo mundo sabe qual foi. No dia seguinte, estava bom. Muitos fizeram isso. Agora, não podemos admitir impor limite ao médico. Se o médico não quer receitar aquele medicamento, não receite. Se outro cidadão qualquer acha que aquele medicamento não tá certo porque não tem comprovação científica, que não use. Liberdade dele”, afirmou o presidente.

Ao lado do presidente, um ministro da Saúde que se não é o general Eduardo Pazuello que batia continência para tudo o que Bolsonaro queria, Marcelo Queiroga desconversou. "O presidente recomendou: toda inovação que chegar, Queiroga, manda investigar, manda avaliar. Se funcionar, vamos colocar à disposição da nossa população, deixando de gerar calor desnecessário. Não queremos calor, queremos luz. Aqui em Chapecó, no estado de Santa Catarina, nós pudemos ter o exemplo de que é possível conciliar a autonomia do médico com a recuperação dos nossos pacientes,” disse o ministro da Saúde.

Quando assumiu o ministério, 15 dias atrás, Queiroga recebeu o compromisso do presidente de que não faria interferência nas ações do ministros para combater a covid-19. Agora, parece que mesmo que o novo ministro fique no cargo até o fim do mandato do presidente, será um gestor fraco e que pouco ou quase nada vai apitar no ministério.

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