Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Cuidado com empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil

As altas taxas de juros tendem a levar quem toma um empréstimo nessas condições a ficar "pendurado" na dívida "ad infinitum"

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Romoaldo de Souza

Publicado em 25/02/2022 às 8:31
Programa Auxílio Brasil - Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Liberar crédito consignado para quem recebe o Auxílio Brasil pode não ser um bom negócio. Aliás, a iniciativa de agentes públicos que estão à procura de instituições bancárias que “comprem” o projeto deveria ser melhor discutida tanto pelo Legislativo como pelo Ministério Público.

As altas taxas de juros tendem a levar quem toma um empréstimo nessas condições a ficar “pendurado” na dívida “ad infinitum”. Justo beneficiários de programas sociais que têm por objetivo melhorar a qualidade de vida de famílias de baixa renda. Essa iniciativa vai acabar contribuindo para que quem recebe o auxílio dificilmente se liberte do endividamento e consequentemente de programas sociais.
Associações que representam aposentados e pensionistas estão repletas de histórias de famílias inteiras que dão a pensão de um familiar como garantia para tomar um empréstimo a juros considerados menores. A dívida vai sendo rolada, a “bola de neve” não para de crescer e o que era para ser um alento para quem já parou de trabalhar acaba por se tornar um grande pesadelo.

Assim, tende a ser quem recebe em média R$ 400 por mês, comprometer parte do benefício para pagar uma dívida contraída para em geral quitar outra dúvida.

Em um país onde a educação financeira é praticamente zero e a Taxa Selic ameaça chegar a 12% ao ano, parece provável que o empréstimo consignado para quem recebe o Auxílio Brasil é medida que só favorece a quem empresta - no caso os bancos - e certamente vai prejudicar ao tomador, famílias de baixa renda que vivem do Auxílio Brasil.

Pense nisso!

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