Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Bolsonaro deve satisfação aos brasileiros sobre reunião com pastores evangélicos no Palácio da Alvorada

A reunião com os pastores enrolados em tramoias com o dinheiro do contribuinte foi dentro de um prédio público que está sendo usado pelo presidente, portanto, Bolsonaro deve satisfação a você, aos aliados e à sociedade

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Romoaldo de Souza

Publicado em 14/04/2022 às 8:09
PRESENÇA AMIGA Ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro esteve com pastor Gilmar Santos em inúmeras agendas - DIVULGAÇÃO

Eu só encontro dois motivos para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha determinado total sigilo a um encontro que ele fez ontem, no Palácio da Alvorada, com pastores evangélicos, entre eles Arilton Moura e Gilmar Santos, investigados pela Polícia Federal no esquema de cobrança de propina no Ministério da Educação.

Ou Bolsonaro estava se confessando de pecados que cometeu, daqueles que a penitência é passar 50 anos sem comer um bolo de chocolate, por exemplo, ou o presidente realmente zomba da cara dos brasileiros. Sabe por quê? Porque o encontro não foi na casa de Bolsonaro. A reunião com os pastores enrolados em tramoias com o dinheiro do contribuinte foi dentro de um prédio público que está sendo usado pelo presidente, portanto, Bolsonaro deve satisfação a você, aos aliados e à sociedade. Encobrir os nomes de quem estava na reunião é um desaforo com o cidadão.

Quem abrisse, ontem, a agenda do presidente da República, encontraria reuniões com Pedro Sousa, assessor jurídico; com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina e um ato para lançar o Certificado de Crédito de Reciclagem - Recicla+ e do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, mas a reunião com os pastores, não.

É curioso apontar, também, que Arilton Moura, o pastor lobista que pediu 1kg de ouro para liberar verba para a prefeitura de Luís Domingues, no interior do Maranhão, mesmo sem ser autoridade no Ministério da Educação, esteve pelo menos 90 vezes na Câmara dos Deputados, nos últimos três anos. E é bom lembrar que o pastor tampouco exerce mandato parlamentar. O que indica que Arilton Moura estendeu os tentáculos para o lado do Poder Legislativo, também, encoberto pelo meto de muitas autoridades de quem o religioso é amigo.

Pense nisso!

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