Eu só encontro dois motivos para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha determinado total sigilo a um encontro que ele fez ontem, no Palácio da Alvorada, com pastores evangélicos, entre eles Arilton Moura e Gilmar Santos, investigados pela Polícia Federal no esquema de cobrança de propina no Ministério da Educação.
Ou Bolsonaro estava se confessando de pecados que cometeu, daqueles que a penitência é passar 50 anos sem comer um bolo de chocolate, por exemplo, ou o presidente realmente zomba da cara dos brasileiros. Sabe por quê? Porque o encontro não foi na casa de Bolsonaro. A reunião com os pastores enrolados em tramoias com o dinheiro do contribuinte foi dentro de um prédio público que está sendo usado pelo presidente, portanto, Bolsonaro deve satisfação a você, aos aliados e à sociedade. Encobrir os nomes de quem estava na reunião é um desaforo com o cidadão.
Quem abrisse, ontem, a agenda do presidente da República, encontraria reuniões com Pedro Sousa, assessor jurídico; com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina e um ato para lançar o Certificado de Crédito de Reciclagem - Recicla+ e do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, mas a reunião com os pastores, não.
É curioso apontar, também, que Arilton Moura, o pastor lobista que pediu 1kg de ouro para liberar verba para a prefeitura de Luís Domingues, no interior do Maranhão, mesmo sem ser autoridade no Ministério da Educação, esteve pelo menos 90 vezes na Câmara dos Deputados, nos últimos três anos. E é bom lembrar que o pastor tampouco exerce mandato parlamentar. O que indica que Arilton Moura estendeu os tentáculos para o lado do Poder Legislativo, também, encoberto pelo meto de muitas autoridades de quem o religioso é amigo.
Pense nisso!