O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a lisura das urnas eletrônicas, dizendo que “não podemos ter eleições sob o manto da suspeição”.
“Todos sabem que a alma da democracia repousa na tranquilidade e na transparência do sistema eleitoral – sistema esse que deve ser cada vez mais zelado por todos nós. E quem dá o norte para nós são as urnas, que ali fazem surgir não só o presidente da República, bem como a composição do nosso Parlamento brasileiro”, disse o presidente, como quem insinua irregularidades, mas como em outras ocasiões, sem apresentar nenhum tipo de denúncia formal. Para Bolsonaro, qualquer resultado nas eleições de outubro, se não for sua reeleição, não terá validade.
Agora, é engraçado que o mesmo presidente que cobra transparência nas urnas eletrônicas é o que determina sigilo de 100 anos de seu cartão de vacina, sigilo para tentar encobrir que seus filhos visitem o Palácio do Planalto e agora, cinco anos de sigilo para as tratativas que teve com o presidente russo, Vladimir Putin, nas reuniões em Moscou, em fevereiro deste ano, quando o presidente do Brasil manifestou solidariedade à Rússia, dias antes da invasão à Ucrânia.
Fiel escudeiro da tese de que tudo tem de ser guardado a sete chaves, o ministro das Relações Institucionais, general Augusto Heleno, está precisando atualizar a leitura e se debruçar mais sobre os ensinamentos de Nicolau Maquiavel (1469 - 1527). “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem a sua volta”.
Pense nisso!