Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
Romoaldo de Souza

Piso salarial dos enfermeiros pode até ser aprovado, mas proposta caminha para ser vetada por Bolsonaro

Ao longo dos últimos meses, se formou uma sólida aliança contra o projeto, integrada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e as redes hospitalares privadas

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Romoaldo de Souza

Publicado em 04/05/2022 às 8:42
Projeto de lei fixa o piso nacional salarial de enfermeiros - Rovena Rosa/Agência Brasil

Sinto dizer, mas o meu comentário de hoje não traz notícias boas para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras. O projeto que trata do piso salarial dessas categorias pode até ser aprovado hoje, na Câmara dos Deputados, mas a proposta caminha para ser vetada pelo presidente da República, por absoluta falta de recursos.

Essa história do piso salarial de R$ 4.750, para os enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375,00 para auxiliares de enfermagem e parteiras ainda esbarra em um problema que é a falta de recursos, ou aquilo que técnicos chamam de "dotação orçamentária". Ao criarem uma despesa, os congressistas precisam dizer de onde o dinheiro vai ser tirado.

Ao longo dos últimos meses, se formou uma sólida aliança contra o projeto, integrada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e as redes hospitalares privadas, que apontam inviabilidade da proposta.

Outra incerteza é quanto ao tamanho da despesa. O Ministério da Saúde informou que o impacto no orçamento pode chegar a R$ 23 bilhões este ano, e a R$ 25 bilhões a partir de 2023. Os cálculos da Câmara dos Deputados são mais modestos. Acredita-se no Parlamento que serão necessários em torno de R$ 16 bilhões por ano.

Os prefeitos alegam que o Congresso cria despesas para as prefeituras arcarem com a fatura, sem apontar alternativas dizendo de onde será tirado o dinheiro. Os hospitais privados afirmam que a pandemia reduziu a lucratividade do setor. Ou seja, pouca ou quase nenhuma boa vontade para aprovar a medida criando o piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares e parteiras.

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