Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
ROMOALDO DE SOUZA

Bolsonaro entoou o coro ''imbrochável'' como se esse fosse um assunto de interesse do país

Presidente ''sequestrou'' a data cívica da Independência em favor da campanha da reeleição

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Romoaldo de Souza

Publicado em 08/09/2022 às 7:55 | Atualizado em 08/09/2022 às 12:27
Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro estão juntos desde 2007 - EVARISTO SA/AFP

O Brasil viveu no dia de ontem uma espécie de “Síndrome de Estocolmo”. O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), “sequestrou” a data cívica da Independência em favor da campanha da reeleição, transformou o palanque do 7 de Setembro em um puxadinho do casamento dele e ainda voltou a fazer ameaças de dar um golpe de Estado.

O psiquiatra sueco Nils Bejerot (1921 — 1988) cunhou o termo científico Síndrome de Estocolmo nos anos de 1970, depois de analisar vítimas de um sequestro, na capital da Suécia, que passaram a desenvolver uma simpatia e até um apego pelos sequestradores. Alguns brasileiros estão padecendo dessa síndrome.

O Brasil passou dois anos sem realizar a parada militar em Brasília, em função da pandemia da covid-19, e agora, em 2022, tinha tudo para organizar os festejos do bicentenário da Independência, acabou proporcionando em festival de baixaria como o tratamento que o presidente deu à primeira-dama, quando lhe sapecou um beijo nada técnico e ainda entoou o coro “imbrochável,” para explicitar como é o seu desempenho no casamento, como se esse fosse um assunto de interesse do país.

O que o Brasil deveria esperar era o anuncio de projetos para tirar 30 milhões de brasileiros da linha da pobreza em vez de ter o seu presidente fazendo comparações das primeiras-damas como se elas fosse um bibelô do macho alfa.

O presidente fantasia com o retorno de um movimento militar que feche as instituições democráticas como o Congresso Nacional e o Poder Judiciário para ele e seus gatos pingados darem as coordenadas. Pura leseira. Rompante autoritário que não se sustenta.

Bem fizeram os presidentes do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL); e, do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux que esvaziaram o palanque do presidente. Mas ainda é pouco. O Brasil não se sentiu representado nos festejos que o presidente da República organizou para lembrar a Independência.

Pense nisso!

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