Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
ROMOALDO DE SOUZA

Bolsonaro tentou passar um clima de que estaria sendo prejudicado, mas não comprovou o suposto favorecimento

Governistas sabem que a responsabilidade por entregar peças publicitárias no rádio e na televisão é do partido político

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Romoaldo de Souza

Publicado em 27/10/2022 às 10:26 | Atualizado em 27/10/2022 às 10:33
A música 'Tá na hora do Jair já ir embora', contra Jair Bolsonaro, atingiu o topo do Spotify Brasil - Reprodução vídeo Twitter

A porta do avião se abre, assessores conduzem o presidente rapidamente para dentro do veículo, ele vai ao Palácio da Alvorada e faz uma curta reunião.

Jair Bolsonaro (PL) estava no interior de Minas Gerais. Primeiro em Teófilo Otoni e depois Uberlândia. Em seguida, iria ao Rio de Janeiro, mas resolveu voltar para casa quando soube que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, não teria dado guarida a uma presepada montada por assessores de sua campanha.

A treta, como se diz na linguagem popular, seria responsabilizar a Justiça Eleitoral e até tentar adiar o segundo turno as eleições, marcado para o próximo domingo (30), porque a coligação de Bolsonaro tinha em mãos o resultado de consultoria que chegou à conclusão de que “milhares” de inserções da propaganda eleitoral não teriam sido veiculadas.

Para os governistas, a culpa era da Justiça Eleitoral embora eles saibam que a responsabilidade por entregar as peças publicitários no rádio e na televisão é do partido político.

A farsa da denúncia começou a ser desmontada quando a rádio JM de Uberada (MG), uma das que teriam deixado de levar ao ar a propaganda eleitoral de Bolsonaro divulgou uma nota.

Segundo a emissora, “no início do segundo turno das eleições presidenciais, os mapas e materiais de uma das campanhas deixaram de ser enviadas”, numa referência à coligação de Jair Bolsonaro.

O presidente se irritou com o fiasco da operação, chamou a imprensa para fazer um pronunciamento, não quis responder a perguntas, mas disse: “Da nossa parte, iremos às últimas consequências dentro das 4 linhas da Constituição, fazer valer o que as nossas auditorias constataram”.

O presidente afirmou também que “Sabemos que está em cima, eleições estão aí, mas o meu lado foi muito prejudicado e não foi de agora.”

Ao que parece o presidente tentou passar um clima de que estaria sendo prejudicado pela Justiça Eleitoral, mas não comprovou o suposto favorecimento, agiu como quem se faz de vítima.

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