Previsão era de que delegacias fossem construídas e inauguradas ainda em 2007. Foto: Guga Matos/ JC Imagem/Arquivo
Previstas para serem construídas e inauguradas ainda em 2007, quando foi lançado o plano estadual de segurança pública Pacto pela Vida, em Pernambuco, importantes delegacias nunca saíram do papel. Uma delas é a Delegacia Antidiscriminação.
A especializada, que deveria estar em pleno funcionamento, teria por finalidade a "prevenção e repressão à discriminação ou preconceito social, de raça, cor, crença religiosa, idade, deficiência, convicção filosófica ou política, ideologia, sexo ou opção sexual, etnia ou procedência nacional ou regional". No plano estadual, a previsão é que em até seis meses a delegacia fosse implementada.
Sem comemoração
O programa
Pacto pela Vida completou uma década nessa segunda-feira (08), mas não houve comemoração. A data, na verdade, foi ignorada pelo Governo de Pernambuco. Nem nas redes sociais houve menção ao programa, que chegou a ser premiado, em 2013, pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Somente nos três primeiros meses deste ano, 1.522 homicídios foram registrados no Estado. O resultado de abril deve ser divulgado no próximo dia 15.
Segundo estatísticas oficiais da Secretaria de Defesa Social, 4.479 assassinatos foram contabilizados em 2016. Desde 2008 o Estado não registrava um resultado tão negativo. Naquele ano, 4.528 pessoas foram mortas.
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Pelo quarto mês consecutivo, Pernambuco registra recorde histórico de homicídios. Foto: JC Imagem/Arquivo
Para tentar diminuir os homicídios no Estado, a SDS também criou um novo esquema para investigação de crimes contra a vida. Não são apenas as delegacias especializadas em homicídios que apuram esse tipo de crime. Até a Delegacia de Polícia do Meio Ambiente também está recebendo inquéritos de assassinatos.
As delegacias especializadas em homicídios ficarão apenas com os casos mais complexos e registrados entre 2016 e 2017. Mortes relacionadas a crimes de proximidades (aqueles que envolvem familiares, amigos, vizinhos) devem ser distribuídos para as delegacias dos distritos (antes responsáveis apenas por investigar crimes como roubos, furtos e outros delitos de menor gravidade).
Já outras especializadas, como a Delegacia do Idoso e a Delegacia do Meio Ambiente, apuram inquéritos de homicídios mais antigos e ainda não esclarecidos pela polícia.
O delegado especial Antônio Barros, que
deixou o cargo de chefe da Polícia Civil de Pernambuco em fevereiro, foi anunciado como gestor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) no Estado. O novo desafio faz parte do
pacote de mudanças adotadas pela Secretaria de Defesa Social (SDS) para tentar frear o
aumento da violência, reforçando as investigações de homicídios e de repressão às quadrilhas especializadas em tráfico de drogas.
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