Caso Aldeia: polícia conclui que Jussara não sofreu violência doméstica

Publicado em 23/01/2019 às 6:30
Foto: Jussara Paes e o filho mais velho do casal são acusados pelo homicídio do médico Denirson Paes. Foto: Facebook/Reprodução


Jussara Paes e o filho mais velho do casal são acusados pelo homicídio do médico Denirson Paes. Foto: Facebook/Reprodução A principal tese da defesa da farmacêutica Jussara Paes, acusada de assassinar o marido, o médico cardiologista Denirson Paes, em Aldeia, foi derrubada pela Polícia Civil. A Justiça recebeu, na última segunda-feira (21), um processo relacionado a uma investigação que estava em andamento desde 2015 em que o médico foi acusado pela viúva de violência psicológica e humilhações. No entanto, após quase quatro anos, a polícia concluiu que as acusações não procediam e que não houve nenhum tipo de crime. O processo está em tramitação na Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher na Comarca de Camaragibe, que pode decidir pelo arquivamento. O Ronda JC teve acesso a detalhes do caso com exclusividade. Segundo informações do processo, Jussara Paes procurou a polícia para denunciar o marido e também solicitou uma medida protetiva para que ele não se aproximasse dela. Na época dos fatos, testemunhas foram ouvidas, além do acusado. No entanto, a pedido de Jussara, a medida protetiva foi retirada. "No inquérito concluído, o delegado não promoveu o indiciamento do acusado por considerar que não há tipificação criminal e considerou o fato como atípico. O Ministério público será intimado a respeito da conclusão do inquérito", informou, em nota, a assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). A defesa de Jussara Paes chegou a afirmar à imprensa que a viúva teria praticado o crime sozinha, no condomínio de luxo onde morava a família, porque não aguentava mais supostas agressões e humilhações praticadas pelo marido. A defesa também alegou, na época, que o estopim do assassinato foi a descoberta de que o médico mantinha um relacionamento extraconjugal e que iria pedir a separação. Os advogados também afirmaram que o engenheiro Danilo Paes, filho mais velho do casal, não participou do crime - apesar de todas as perícias e a reconstituição apontarem que Jussara não agiu sozinha. Jussara Paes continua presa preventivamente na Colônia Penal Feminina do Recife. Já Danilo está em liberdade desde dezembro do ano passado. A conversão da prisão preventiva em liberdade provisória atendeu ao pedido da defesa dos réus. No entanto, ele está cumprindo medidas restritivas, como a proibição de manter contato com testemunhas do processo e não pode sair de casa no período noturno. O PROCESSO Médico Denirson Paes foi assassinado e jogado num poço em Aldeia. Foto: Facebook/Reprodução Com o fim das audiências de instrução e julgamento do processo, Ministério Público e defesa do réu foram convocados a apresentar as alegações finais. Depois de analisadas, a Justiça vai decidir se os dois réus vão a júri popular pelo crime. Vinte testemunhas, sendo 15 de acusação e cinco de defesa, foram ouvidas durante as audiência de instrução e julgamento do caso. A viúva do médico, Jussara Paes, e o filho mais velho, Danilo Paes, ambos presos acusados pelo homicídio, também prestaram depoimento. A viúva assumiu o crime e disse que o filho não teve participação, apesar de laudos periciais confirmarem que ela não teria como cometer o homicídio seguido de esquartejamento sozinha. LEIA TAMBÉM Caso Aldeia: funcionários de condomínio investigados por falso testemunho Número de mulheres mortas em Pernambuco pode ser 20% maior que o oficial
TAGS
polícia justiça crime médico processo denirson paes
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory