Professor do colégio Agnes foi encontrado morto dentro do apartamento onde morava, no Centro do Recife
A Justiça absolveu, na noite desta quinta-feira (31), o estudante Ademário Gomes da Silva Dantas, acusado de ser um dos assassinos do coordenador pedagógico José Bernardino da Silva Filho, o Betinho, 49 anos. Na decisão, o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques, da Segunda Vara do Tribunal do Júri Capital, concluiu que não há provas para levar o suspeito a júri popular e decidiu inocentá-lo do crime.
O magistrado destacou as divergências nas perícias que, inicialmente, apontaram Ademário e um adolescente de 17 anos como os assassinos de Betinho. O crime ocorreu em 16 de maio de 2015, no apartamento onde a vítima morava, no Edifício Módulo, no Centro do Recife. Na época, peritos do Instituto de Identificação Tavares Buril afirmaram que digitais dos suspeitos foram encontrados em uma cômoda e em um ferro de passar.
No entanto, duas perícias - uma da Polícia Federal e outra do Instituto de Criminalística - apontaram que as digitais não eram da dupla. Numa revisão, os peritos do laudo inicial reconheceram o erro.
"E as câmaras do sistema interno? A resposta também é do Delegado que presidiu o inquérito, dada na mesma audiência, no sentido de que viu e reviu as imagens das câmaras do prédio, juntamente com sua equipe e não se constatou o acusado entrando ou saindo do Edifício Módulo, o que é decisivamente favorável à alegação do réu de que não esteve no local do crime", destacou o juiz na decisão pela absolvição sumária.
O advogado de defesa do acusado, Jorge Wellington, comemorou a decisão. "A Justiça foi feita. Todos sabiam que Ademário era inocente. Não havia nenhuma prova contra ele", disse.
O adolescente, que respondia a processo perante a Vara da Infância e Juventude, também foi absolvido das acusações no início deste ano.
O inquérito policial foi conduzido pelo delegado Alfredo Jorge, que atuava no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na época do crime, o delegado afirmou que não conseguiu precisar qual seria a motivação do crime. Desde a conclusão das investigações, ele optou por não se pronunciar mais sobre o caso.
INQUÉRITO SERÁ REABERTO
Atendendo a um pedido do Ministério Público de Pernambuco, o juiz também determinou que seja enviado ofício à Chefia da Polícia Civil de Pernambuco para que as investigações sobre o assassinato de Betinho sejam reabertas. Um novo delegado deve ser designado para o caso.
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