Adolescentes de classe média alta foram encontradas mortas em 2003. Ninguém foi condenado pelos crimes. Foto: Arquivo Pessoal
Impune, o duplo assassinato das adolescentes
Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, na Praia de Serrambi, no Litoral Sul de Pernambuco, completa 16 anos nesta sexta-feira (03). O processo que acusava os irmãos kombeiros Marcelo José de Lira, 49, e Valfrido Lira da Silva, 50, pelo crime transitou em julgado em dezembro do ano passado. Em todas as instâncias, a Justiça absolveu os kombeiros. E o mistério sobre as mortes das meninas de classe média alta continua. Se não foram eles, quem foi? Não há resposta para as famílias.
Os então acusados pelo crime foram absolvidos em júri popular em outubro de 2010. Durante oito anos, advogados contratados pelos pais de Tarsila entraram com recursos para que o júri fosse anulado, sob a alegação de que uma jurada teria se manifestado com parcialidade ao final do júri, cumprimentando um dos acusados. Argumentaram ainda que um dos advogados que atuou na defesa dos kombeiros já havia atuado como assistente de acusação deles.
Em segunda instância, no Tribunal de Justiça de Pernambuco, o recurso foi negado por unanimidade. O caso foi parar nas mãos da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que, em decisão monocrática e colegiada, no ano passado, também julgou improcedente o pedido de anulação do júri.
Com o fim do processo, o advogado dos kombeiros, Jorge Wellington, afirma que vai entrar na Justiça com um pedido de indenização milionária. Ele não revela valores, mas diz que deve cobrar do Governo do Estado uma quantia superior R$ 1 milhão. "Estamos finalizando alguns detalhes. Agora em maio ajuizaremos a ação", disse.
LEIA TAMBÉM
‘Pagar por uma coisa que não fez é difícil’, diz kombeiro
Cronologia relembra detalhes das investigações