Jussara Paes e o filho mais velho do casal são acusados pelo homicídio do médico Denirson Paes. Foto: Facebook/Reprodução
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) impetrou recurso na Justiça solicitando o aumento da pena de prisão para a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, 55 anos, condenada pelo assassinato e ocultação do cadáver do marido, o
médico cardiologista Denirson Paes da Silva, 54. O crime ocorreu na madrugada do dia 31 de maio do ano passado, no condomínio de luxo onde o casal vivia em Aldeia, Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife.
O júri popular, no último dia 05, condenou Jussara Paes por unanimidade. A juíza Marília Falcone determinou uma pena de 17 anos e nove meses por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e mais um ano e 11 meses de reclusão pela ocultação de cadáver do médico. No total, 19 anos e oito meses em regime fechado.
No recurso de apelação, o MPPE pediu que seja revisada a dosimetria da pena, fazendo incluir a personalidade do agente como desfavorável a ré em ambos os crimes. O processo vai ser encaminhado pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Camaragibe para análise do recurso em segunda instância. Antes, foi aberto prazo de dez dias para que a defesa de Jussara se pronuncie sobre o assunto.
O advogado da viúva, Rafael Nunes, informou que vai recorrer da sentença. Segundo ele, o crime foi cometido em legítima defesa. O advogado afirmou, em juízo, que Jussara sofria agressões e humilhações do marido - o que, de acordo com a polícia, não foi comprovado. Após a leitura da sentença que condenou a viúva, o advogado também disse que "a pena foi alta demais". Jussara segue presa na Colônia Penal Feminina do Recife.
FILHO EM LIBERDADE
Danilo Paes é acusado de matar o pai, o médico Denirson Paes. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Na denúncia do MPPE, Jussara Paes e o filho mais velho do casal, Danilo Paes Rodrigues, são apontados como os autores do assassinato do médico Denirson Paes. O crime teria ocorrido porque os acusados não aceitavam a separação do casal e também teria motivação financeira.
No dia em que o médico foi morto, a esposa teve acesso à foto da amante dele.
Jussara alegou que agiu sozinha, mas perícias apontaram que Danilo teve participação no homicídio. Ele ainda não foi julgado, porque recorreu da pronúncia no Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que não teve qualquer participação no crime. O recurso não tem prazo para ser analisado. Enquanto isso, Danilo deve permanecer em liberdade.
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