Para dar mais agilidade e acabar com o uso do papel, a Polícia Militar de Pernambuco passará a registrar boletins de ocorrências de crimes por meio de smartphones ou tablets. Ainda não há data para o início do formato digital, mas a empresa responsável pela tecnologia já foi definida e trabalha na construção do aplicativo.
A novidade foi confirmada pelo secretário-executivo de Defesa Social, Humberto Freire, em entrevista à coluna Ronda JC nessa segunda-feira (28). “O serviço está em desenvolvimento para que os policiais comecem a usá-lo no ano que vem. As ocorrências vão ser registradas de forma rápida pelos smartphones e vão direto para o sistema da polícia e enviadas por e-mail para as pessoas envolvidas”, disse.
O formato digital também vai garantir mais agilidade ao trabalho da PM, que não precisará em todas as ocorrências se dirigir a uma delegacia para entregar o registro da ocorrência.
Freire também anunciou que há projetos em discussão para que os inquéritos policiais sejam todos digitalizados, ou seja, será o fim do excesso de papéis. “O projeto será integrado com o Tribunal de Justiça e Ministério Público. Isso vai garantir mais sigilo e evitar o extravio dos inquéritos”, explicou.
Pernambuco deve concluir o ano de 2020 com um aumento de 9 a 10% no número de homicídios em relação a 2019. Os dados oficiais ainda serão confirmados em janeiro pela SDS. Em entrevista, o secretário Humberto Freire reconheceu o aumento da violência e atribuiu, principalmente, ao tráfico de drogas.
“Houve um aquecimento das mortes neste ano. Entre maio, junho, com o aumento dos casos na pandemia, muitos policiais adoeceram. Parte do efetivo também foi usada em ações relacionadas à pandemia. Isso influenciou. Além disso, houve muitos casos de traficantes matando traficantes, acertos de contas vinculados ao tráfico. Cerca de 70% dos homicídios no Estado tem relação com o tráfico de drogas”, pontuou.
Por causa do avanço das organizações criminosas em Pernambuco, a SDS criou uma força-tarefa para definir ações mais efetivas de combate a esses grupos - como antecipou a coluna Ronda JC em outubro. A primeira reunião do grupo de trabalho que inclui Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência, no entanto, ainda não ocorreu.
Freire disse que o governo do Estado reconhece que há necessidade de contratação de mais policiais militares, civis e peritos. Ele afirma que no próximo ano vão ser iniciados os cursos de formação, mas não informou uma previsão de data.