Diante dos boatos que já duram mais de uma semana e que - sem justificativa - não foram desmentidos pela Polícia Civil, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) precisou vir a público, nesta sexta-feira (1º), se posicionar sobre as investigações do assassinato da menina Beatriz Mota, de 7 anos, em Petrolina, no Sertão do Estado.
Ao longo da última semana, informações não checadas foram disseminadas em blogs do interior de Pernambuco afirmando que o inquérito sobre o crime finalmente havia sido remetido à Justiça. Durante vários dias, a coluna Ronda JC insistentemente pediu uma resposta da assessoria da Polícia Civil de Pernambuco, que não quis esclarecer se o inquérito foi mesmo encerrado - gerando ainda mais dúvidas e boatos sobre as investigações do crime.
Nesta sexta-feira, dia em que os servidores voltaram do recesso, a assessoria do MPPE precisou fazer o papel da polícia e encerrar, de vez, os boatos sobre o Caso Beatriz.
"Diferentemente do que vem sendo noticiado em blog e rádios, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informa que o inquérito policial do caso Beatriz de Petrolina ainda não chegou à Instituição", declarou, em nota oficial.
COMO ANDAM AS INVESTIGAÇÕES DO CASO BEATRIZ?
No início de janeiro, com muito estardalhaço, o governo de Pernambuco anunciou finalmente ter conseguido identificar o suspeito de entrar no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e assassinar a facadas Beatriz Mota. O DNA de Marcelo da Silva, de 40 anos, coincidiu com as amostras coletadas na faca usada no crime, que ocorreu em dezembro de 2015.
Após o resultado ser positivo, os delegados foram ao presídio onde o suspeito cumpre pena por outros crimes e, em depoimento gravado, ele confessou ser o autor da morte de Beatriz. Para embasar ainda mais o inquérito, o Ministério Público solicitou, ainda em janeiro, mais diligências antes de decidir pela denúncia à Justiça.
Uma reprodução simulada também foi realizada. Mas o suspeito - por orientação do advogado dele - não participou da simulação. O suspeito segue preso.
Passados quase seis meses da descoberta do suspeito, a Polícia Civil não esclareceu o porquê de o inquérito ainda não ter sido concluído.