Um soldado da Polícia Militar de Pernambuco foi filmado subtraindo um par de algemas que estavam guardadas no setor de carceragem da Central de Plantões da Capital (Ceplanc), no bairro de Campo Grande, no Recife. O caso ocorreu em julho de 2021 e, após um ano de investigações, ele foi punido. O secretário de Defesa Social (SDS), Humberto Freire, determinou que o soldado seja excluído da da Polícia Militar.
Investigação da Corregedoria da SDS apontou que, no dia a 22 de julho de 2021, o policial militar estava de serviço. E que, aproveitando que estava nas dependências da delegacia, furtou o par de algemas que pertenciam ao acervo da Polícia Civil.
"Toda a ação do indigitado militar foi filmada por uma câmera de segurança instalada na carceragem, a qual flagrou o exato momento em que o mesmo abriu as algemas com uma chave própria, guardou consigo, colocando-a na sua cintura e deixou o local, embora tenha 19 (dezenove) dias após o ocorrido, retornado à Ceplanc para fazer a devolução do referido equipamento, alegando que o retirou por engano", descreve portaria da SDS.
PROVAS
A portaria, assinada na última semana, cita ainda que as imagens demonstram "claramente que o aconselhado agiu com dolo ao subtrair as algemas". "Os autos revelaram a prática de condutas que defenestraram a honra pessoal, o pundonor militar e o decoro da classe, razão pela qual, reputa ao respectivo aconselhado a incapacidade de permanecer integrando as fileiras da corporação."
Além de perder o cargo de policial militar, o acusado também responde a processo criminal na Justiça.
EXCLUSÃO DA POLÍCIA MILITAR
Ao todo, 48 policiais militares foram excluídos da corporação em 2020. No ano passado, o número cresceu para 63. Os números também foram obtidos por meio da LAI.
Um dos casos foi o do ex-soldado da PM Everaldo Epifânio Lopes, excluído da Polícia Militar de Pernambuco em outubro de 2021. Ele foi investigado pela acusação de fazer parte de um grande esquema de agiotagem na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Segundo as investigações da Corregedoria da SDS, Everaldo emprestava dinheiro com a cobrança de abusivas taxas de juros, além de causar constrangimento aos devedores, mediante ameaças e atos de violência. Por causa disso, ele e outros policiais suspeitos foram alvos da Operação Usura, desencadeada pela Polícia Civil em 03 de setembro de 2015.
Em 15 de agosto de 2015, ou seja, dias antes da operação, o policial teria agredido fisicamente uma mulher em frente ao Banco do Brasil no bairro do Janga, em Paulista, na RMR, para que ela pagasse o que devia.
Na esfera criminal, o militar foi condenado pela Justiça a uma pena de cinco anos e seis meses de prisão, com base no artigo 158 do Código Penal Brasileiro (Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica).