FLORDELIS relata agressão e abuso sexual de pastor ANDERSON DO CARMO: "só sentia prazer se me machucasse"
A ex-deputada federal e pastora Flordelis dos Santos de Souza, 61, foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pelo assassinato do seu marido, o pastor Anderson do Carmo
A ex-deputada federal e pastora Flordelis dos Santos de Souza, 61, foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pelo assassinato do seu marido, o pastor Anderson do Carmo. Durante o julgamento, a acusada relatou agressões e abusos sexuais por parte do companheiro.
Anderdon do Carmo e Flordelis estavam juntos desde 1994. A história do casal teria começado quando a ex-deputada passou a acolher crianças e adolescentes em sua casa, na rua Guarani, na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro
Por volta das 4h de 16 de junho de 2019, o casal chegou de um passeio. Flordelis saiu do carro e entrou em casa. Foi neste momento em que Anderson do Carmo foi abordado atingido por cerca de 30 tiros.
Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Niterói D'Or, mas morreu logo em seguida. O pastor tinha 42 anos.
Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), Flordelis foi responsável por arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime e simular um latrocínio (roubo seguido de morte).
Anderdon do Carmo e Flordelis estavam juntos desde 1994. A história do casal teria começado quando a ex-deputada passou a acolher crianças e adolescentes em sua casa, na rua Guarani, na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro
Um dos garotos que passaram a morar na casa da pastora foi Anderson do Carmo, que posteriormente começou a se envolver afetivamente com a "mãe adotiva".
Antes de se casar com Flordelis, Anderson teria se relacionado com Simone dos Santos, filha biológica da pastora.
Nesse sábado (12), em interrogatório no Tribunal do Júri, Flordelis disse que o pastor Anderson do Carmo a agrediu por um período de seu relacionamento, mas, depois parou e se limitou a um comportamento agressivo na "área sexual".
"Ele (Anderson) me batia. Depois, ele parou com essa prática de me bater e se tornou uma coisa, assim, muito doída, sofrida. Ele voltou a ficar agressivo na área sexual. Meu marido só sentia prazer se me machucasse. Ele só chegava às vias de fato (orgasmo) se me machucasse", disse Flordelis, chorando, durante o julgamento realizado no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
A ex-deputada detalhou que Anderson o enforcava durante o ato sexual. Segundo ela, em uma das relações, chegou a desmaiar. A ré disse ainda estranhar o fato do marido voltar rapidamente a um estado de carinho após a violência sexual.
"Depois que ele fazia essas coisas, simplesmente me chamava para deitar no peito dele e voltava ser carinhoso, como se nada tivesse acontecido", detalhou.
Flordelis disse que não entendia o comportamento sexual de Anderson. Atribuía-o aos problemas de infância e à "falta de apego familiar" de Carmo.