Especialistas avaliaram como prudente a decisão do governo do Estado de suspender o Carnaval 2021 em Pernambuco por causa da pandemia da covid-19. O anúncio do cancelamento da folia de Momo foi feito nesta quinta-feira (17) pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, durante entrevista coletiva.
Segundo a médica sanitarista e vice-presidente da da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Bernadete Perez, não havia outro caminho a não ser impedir as festividades.
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"A gente enxerga como uma decisão inexorável. Uma decisão que precisava ter acontecido. Não existe saída a não ser suspender a festa. A gente já prevê que o mês de janeiro vai ser um mês muito duro, muito difícil. Então, a suspensão do Carnaval é uma medida necessária, uma medida mais que necessária. Não tinha como não ser", comentou a especialista.
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A médica frisou que a situação nunca esteve controlada e, por isso, é necessário manter os cuidados. "Não tem alternativa. Tem que cancelar. É importante ressaltar que, em momento nenhum nós tivemos a pandemia controlada", disse.
Durante o anúncio de suspensão, Longo afirmou que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srags) tiveram novo crescimento, chegando a quatro semanas de alta. "São 727 casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves, um aumento de 2,5% em relação a semana passada e 9,18% em 15 dias. Voltamos a patamares vistos no final de setembro e início de outubro. A tendência de alta nos preocupa", registrou.
Segundo o boletim mais recente divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), foram confirmados nesta quinta-feira (17) mais 1.646 novos casos da covid-19. Mais 22 mortes também foram contabilizadas nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o Estado já confirmou 203.497 casos e 9.361 mortes.