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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
PANDEMIA

Covid-19: Pernambuco abre novos leitos de UTI, mas taxa de ocupação permanece alta

No domingo (7), havia 1.057 leitos na rede pública, em todo o Estado, sendo 95% a taxa média de ocupação. Nesta segunda-feira (8), o número subiu para 1.068. Mas a taxa permaneceu com o mesmo resultado, ou seja, mais internações foram registradas

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Rute Arruda, Raphael Guerra

Publicado em 08/03/2021 às 21:08 | Atualizado em 08/03/2021 às 23:31
Projeto de lei fixa o piso nacional salarial de enfermeiros - Rovena Rosa/Agência Brasil

Atualizada às 22h33

A abertura de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Pernambuco para pacientes com suspeita ou confirmação da covid-19 não está diminuindo a taxa de ocupação na rede pública. É o que mostram os números diários divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

No domingo (7), havia 1.057 leitos em todo o Estado - sendo 95% a taxa média de ocupação. Nesta segunda-feira (8), o número subiu para 1.068. Mas a taxa permaneceu com o mesmo resultado, ou seja, mais internações foram registradas.

Isso também foi constatado entre os leitos de enfermaria da rede pública no Estado. No domingo (7), eram 999 - com taxa de ocupação em 82%. Nesta segunda (8), o número de leitos passou para 1.006, mas a taxa subiu para 84%. Mais um alerta para o risco de colapso na saúde pública.

A rede privada também apresentou alta de internações. Saltou de 91% de ocupação de leitos de UTI no domingo para 92% nesta segunda, segundo o boletim da SES.

Ao contrário do que ocorria nos primeiros meses da pandemia, agora as vagas são ocupadas sobretudo pelos mais jovens com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave, principal indicativo da covid-19, segundo declarou, na semana passada, o presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Hospitais de Pernambuco, George Trigueiro. O número de internações de idosos com idade acima de 85 anos caiu nas últimas semanas, o que leva a crer que a vacina já apresenta resultados positivos.

"A sensação é de que estamos enfrentando um tsunami. Realmente a situação é de colapso. Não há o que negar", disse Trigueiro durante entrevista à Rádio Jornal nesta segunda-feira. 

Para o médico infectologista Filipe Prohaska, os números atuais refletem um relaxamento da população desde setembro de 2020. "A gente tinha um controle [da pandemia], mas houve a reabertura das atividades, consequentemente ônibus e metrôs mais lotados. Além disso, as pessoas encheram de usar álcool, de usar máscara de proteção, voltaram a fazer festas de aniversário. A gente vê também muita festa clandestina. Isso tudo não é um erro isolado, é uma soma sucessiva de erros e fracassos", disse.

Prohaska afirmou que em relação à abertura de novos leitos, a rede pública de saúde tem mais facilidade do que a rede privada. "A rede pública pode convocar novos profissionais mais rapidamente. Não tem a burocracia da rede privada. Para se abrir novos leitos, precisa-se de uma equipe completa, com médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionista, entre outros, além de equipamentos como monitor, respirador, e de insumos", disse.

Na avaliação de Prohaska, os hospitais de campanha foram desativados de forma precoce. Caso estivessem ativos, as outras unidades de saúde estariam mais aliviadas. O médico estima que março e abril serão meses muito difíceis, e que a situação só deve se estabilizar em maio. 

Diante da crescente taxa de ocupação, o governo do Estado decidiu transformar dez leitos de enfermaria do Hospital da Pessoa Idosa, no Recife, em vagas para UTI. Além disso, nos próximos dias estão previstos mais 30 leitos de UTI nos hospitais do Tricentenário (20 vagas), em Olinda, e Santa Maria, em Araripina (10), no Sertão do Araripe.

Em paralelo, a SES segue com chamamento público aberto para a contratação de 490 leitos (sendo 190 de UTI) dedicados à doença junto aos hospitais privados. "O esforço para ofertar essas vagas em todas as regiões pernambucanas tem sido constante, mas ratifico que cada um precisa fazer a sua parte para aliviar essa pressão que nosso sistema de saúde", disse, em nota, o secretário estadual de Saúde, André Longo.

RESPIRADORES

A SES informou que recebeu, nesta segunda-feira (8), 79 respiradores. Eles enviados, nos próximos dias, para unidades de saúde do Estado, possibilitando a abertura dos novos leitos.

A SES prometeu ainda que, nas próximas semanas, vai receber outros 150 ventiladores já comprados.

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