Em coletiva realizada nesta quinta-feira (15), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, reforçou a preocupação com uma mudança no perfil de internações nos leitos de terapia intensiva (UTI) dedicados a quadros respiratórios e com o avanço da doença entre os adultos jovens. Na comparação entre as duas primeiras semanas epidemiológicas do ano (03/01 a 16/01) e as duas últimas (28/03 a 10/04), o Estado registrou um aumento de 197% nas internações em vagas de UTI de pacientes na faixa etária entre 20 e 39 anos (saiu de 64 para 190 internações), como também de 205% entre internados com idade entre 40 e 59 anos (197 para 600).
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Já em relação aos idosos, aconteceu o inverso, segundo André Longo. De acordo com a progressão da vacinação nessa faixa etária, houve um impacto positivo da imunização. Entre os primeiros idosos que receberam as doses contra covid-19 (aqueles com mais de 85 anos, que começaram a ser vacinados a partir do fim de janeiro), houve redução de 33% nas internações em leitos de UTI (caiu de 107 para 71).
Quanto ao público entre 70 e 84 anos, ainda não houve queda no volume de internações. O crescimento evoluiu, contudo, em ritmo muito menor do que entre os jovens, com 10% de aumento nos idosos com idade entre 80 e 84 anos (faixa que começou a ser vacinada a partir de 25/02 no Estado) e incremento de 88% nos idosos entre 70 e 79 anos (vacinação que teve início em 10/03).
Apenas na faixa etária entre 60 e 69 anos, houve aumento em maior ritmo (134%, saindo de 176 para 412 internações em leitos de UTI). O governo frisa que muitos desse grupo ainda não foram vacinados, já que as primeiras doses para essa faixa etária chegaram no último dia 26 de março.
“Atualmente, temos uma grande preocupação com os adultos mais jovens, que têm uma falsa sensação de menor risco e estão se protegendo menos. Volto a lembrar que só vamos evitar novas perdas se todos se conscientizarem. Ninguém está livre da doença, e todos podem ser vítimas do vírus”, salientou André Longo.
O secretário ainda reforçou a importância da manutenção dos cuidados. “Nossas ações salvam vidas e são determinantes para que possamos avançar no plano de convivência. Para que possamos ter menos medidas restritivas, menor pressão sobre o sistema de saúde e menos vidas perdidas, é preciso que todos sejam conscientes e usem máscara, lavem as mãos e evitem as aglomerações”, disse.