Desde o início da pandemia, hábitos como lavar as mãos, usar máscaras e álcool gel, além de manter o distanciamento social, entraram no cronograma de novos comportamentos das crianças. No Brasil, onde a doença já tirou a vida de mais de 540 mil pessoas, os dados da Sociedade Brasileira de Pediatria e do Ministério da Saúde apontam que, entre março de 2020 e início de junho de 2021, mais de 15 mil crianças foram internadas com covid-19 e 948 pacientes, de 0 a 9 anos, foram a óbito em decorrência de complicações da infecção.
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Para ajudar na compreensão da doença na faixa etária, a pediatra Ana Paula Beltran Moschione Castro tira as principais dúvidas. "A busca por informação é constante e é válida, mas é fundamental que ela venha de fontes confiáveis. Muito se falou sobre os impactos da doença nos pequenos, mas é preciso cautela com esses dados. Combater a desinformação se tornou a missão de todos", diz.
Confira as explicações da médica sobre a covid-19 na infância:
- 1. É verdade que a covid-19 afeta crianças de todas as idades?
Sim. Crianças de todas as idades podem ser infectadas pelo novo coronavírus. Em muitos casos, de forma assintomática. Em outros, há relatos de sintomas leves, como febre baixa, tosse e certa fadiga. Houve alguns casos considerados mais graves, mas em pouca quantidade. Crianças com problemas de saúde preexistentes oferecem riscos maior de contrair a forma mais grave da doença.
- 2. Há vacinas disponíveis para crianças?
O Brasil oferece três tipos de vacinas contra a covid-19. A Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan, a Oxford/Astrazeneca, envazada pela Fiocruz, e a vacina da Pfizer/ BioNTech, mas novas apresentações podem ser aprovadas pela Anvisa a qualquer momento. Recentemente, a Anvisa acenou com a aprovação em caráter emergencial da vacina produzida pela Jansen. Ainda mais recentemente, a Anvisa destacou que a vacina contra covid-19 produzida pela Pfizer pode ser aplicada em crianças a partir dos 12 anos. Nos EUA, a Moderna anunciou que já está fazendo estudos sobre a aplicação em crianças, e o plano também está na pauta da Johnson & Johnson. Esses estudos ajudam a confirmar se as vacinas são eficazes e identificar a dose ideal por faixa etária.
- 3. As crianças têm mais probabilidade de espalhar o vírus?
Não é bem assim. Acontece que as crianças infectadas, em muitos casos, não manifestam sintomas e acabam interagindo com um público mais suscetível à doença. Mas ainda não há uma base concreta de estudos que certifique o nível de contaminação carregado por esse público.
- 4. Estou grávida e pretendo amamentar. Posso tomar vacina contra a covid-19? É arriscado para o bebê?
Os estudos apresentados pelo Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia e Sociedade de Medicina Materno-Fetal indicaram que as vacinas de mRNA Covid-19, desenvolvidas pela Pfizer/Biontech e Moderna, podem ser administradas em grávidas e lactantes. Em ambos casos, a melhor opção é ouvir o médico que está acompanhado a gestação e saúde da mulher.
- 5. Qual o tratamento ideal para crianças com covid-19?
Assim que diagnosticada a doença, o primeiro passo é iniciar o tratamento com opções seguras, seguindo sempre orientação de um médico.