O avanço da campanha de imunização contra a covid-19 no Recife, a queda na taxa de circulação do coronavírus e a diminuição dos casos graves levaram a uma redução dos índices de ocupação na rede pública de saúde municipal. Com isso, a Prefeitura do Recife fechou todas as vagas de terapia intensiva (UTI) e enfermaria que eram dedicadas a pacientes com sintomas de covid-19.
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No Recife, unidades municipais passaram a integrar, ao longo da pandemia, a rede de atendimento a pessoas infectadas pelo coronavírus. Os leitos de UTI e de enfermaria chegaram a ser ofertados no Hospital Provisório do Recife, que foi erguido num prazo de 20 dias e inaugurado em abril do ano passado no bairro de Santo Amaro, área central da cidade. Em setembro, já administrado pelo Governo do Estado, o hospital fechou as portas, devido à queda no número de admissões de pacientes.
Na capital, a assistência voltada à covid-19 também foi oferecida no Hospital da Mulher do Recife (HMR), no Curado, e no Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa (HECPI), em Areias, ambos na Zona Oeste da cidade. Neles, também não há mais leitos dedicados a pacientes com sintomas de covid-19.
Agora, o Recife conta apenas com a oferta de 21 salas vermelhas (três ocupadas) e 48 leitos de observação (1 ocupado) voltados a quadros respiratórios. Eles estão instalados nas policlínicas Agamenon Magalhães, Amaury Coutinho e Arnaldo Marques.
Com isso, os pacientes do Recife que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) e apresentam quadro de síndrome respiratória aguda grave (srag), condição que leva à necessidade de internamento em leito de UTI ou enfermaria, são encaminhados para as vagas reguladas pelo governo de Pernambuco. Segundo a Central Estadual de Regulação Hospitalar, são 828 leitos de UTI (48% ocupados) e 835 de enfermaria (35% ocupados).
A reportagem do JC questionou a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) sobre o reaproveitamento dos leitos municipais.
Confira a resposta na nota abaixo, enviada pela assessoria de imprensa da Sesau:
"A Secretaria de Saúde do Recife esclarece que, entre os meses de julho e agosto de 2020, chegou a ter 342 leitos de UTI. Em junho do mesmo ano, teve 674 de enfermaria. Sobre os equipamentos médico-hospitalares dos leitos desmobilizados, a Sesau explica que, como parte dos materiais são específicos para o tratamento dos casos graves de covid-19 e que não estão sendo demandados no momento, eles ficarão temporariamente armazenados, enquanto a curva epidêmica é monitorada e haja necessidade de reabertura dos leitos municipais. A outra parte dos materiais adquiridos será redistribuída em unidades de saúde municipais, com foco na renovação do parque tecnológico da rede."