A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) confirma mais uma morte causada por arbovirose na capital pernambucana. A vítima é uma mulher de 90 anos, que foi a óbito por dengue e morava no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste da cidade. É a quinta morte provocada, neste ano, pelo Aedes aegypti no Recife.
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A idosa, que tinha hipertensão e havia passado por três episódios de acidente vascular cerebral (AVC) sem sequelas, começou a apresentar, no dia 2 de agosto, sintomas como sonolência, perda de força em membros inferiores e dificuldade de andar. No mesmo dia, foi levada a um hospital privado do Recife. No dia 3 de agosto, foi admitida em unidade de terapia intensiva (UTI) e, no dia 7 do mesmo mês, faleceu.
O óbito, segundo a Sesau, foi confirmado por meio de critério clínico-epidemiológico, após análise e discussão do caso pela equipe técnica da Vigilância Epidemiológica do município.
Anteriormente, ao longo deste ano, a capital pernambucana já havia confirmado três mortes por dengue e outra por chicungunha. Agora, além desses cinco óbitos confirmados por arboviroses, três permanecem em investigação no Recife.
Casos de arboviroses em ascensão
Neste ano, até o dia 13 de novembro, Recife notificou 27.400 casos suspeitos de arboviroses, sendo 10.147 de dengue, 16.650 de chicungunha e 603 de zika. Entre eles, foram confirmados 6.209 casos de dengue e 13.266 casos de chicungunha. A cidade segue sem confirmações de zika.
Em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve aumento de aproximadamente 337% dos casos notificados e de 459% dos casos confirmados de arboviroses. O diagrama de controle com base na série histórica de casos prováveis de dengue, segundo a Sesau, demonstra que a taxa de detecção de casos prováveis de dengue em 2021 se encontra acima do limite máximo esperado.
Em relação aos casos prováveis, que incluem todos os suspeitos com exclusão dos descartados, foram notificados 7.095 casos prováveis de dengue até 13 de novembro, 15.509 de chicungunha e 52 de zika, totalizando 22.656 casos prováveis de arboviroses. Em comparação com o mesmo período do ano de 2020, houve um aumento de 377,1% de casos prováveis de dengue e 627,1% de chicungunha.
Transmissão ativa e risco de adoecimento
Ao se considerar o recorte de casos prováveis das últimas oito semanas (19/09/2021 a 13/11/2021), referente ao período de transmissão ativa recente das arboviroses, os bairros recifenses que apresentaram o maior número de casos prováveis foram: Ibura (112), Cohab (44), Santo Amaro (24)
e Água Fria (24). Entretanto, ao analisar o risco de adoecimento, os bairros que apresentaram as maiores
taxas de detecção por 10 mil habitantes foram: Hipódromo (20,9), Ibura (20,5) e Campina do Barreto (19,5).
O último Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa), realizado em novembro, apresentou resultado geral no Recife de 1,3% (risco médio). Seis bairros (Jordão, Tejipió, Apipucos, Monteiro, Torrões e Nova Descoberta) apresentaram risco muito alto de infestação pelo Aedes aegypti.