Com a estabilidade da pandemia no Brasil e o avanço da vacinação, a previsão dos dermatologistas é que, nos próximos dias de sol intenso, as praias e os espaços abertos passem a ser ocupados com mais intensidade. No entanto, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que, mesmo diante de indicadores da covid-19 invariáveis, a retomada do lazer não deve ser feita sem atenção às recomendações das autoridades sanitárias, ainda atentas à possibilidade de aumento dos casos de infecção pelo coronavírus. Além desse cuidado, a entidade orienta que a população deve agregar à rotina as medidas de prevenção contra o câncer de pele.
Essa é a proposta da campanha do Dezembro Laranja, organizada pela SBD e que conscientiza sobre a manutenção de hábitos de fotoproteção, que incluem o uso de óculos de sol, de blusas com proteção UV, bonés e chapéus. Além disso, a mobilização orienta que as pessoas devem evitar a exposição ao sol entre 9h e 16h e usem filtro solar com FPS igual ou superior a 30, reaplicando-o a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água.
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Fique atento aos sinais de câncer de pele
Em caso de surgimento de sinais suspeitos de câncer de pele, o dermatologista deve ser consultado para fazer o diagnóstico precoce. Se for constatada uma lesão cancerosa, ele orientará o início do tratamento. É preciso prestar a atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam, pois podem revelar o câncer de pele. A rotina do autoexame facilita o reconhecimento dos casos.
A SBD ressalta ainda que a exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, além dos episódios de queimadura solar, são os principais fatores de risco do câncer de pele. Apesar de a doença ter potencial para afetar qualquer pessoa, há perfis que são mais propensos ao surgimento. Nesse grupo, estão os que têm a pele, os cabelos e os olhos claros, aqueles com histórico familiar desse tipo de tumor, as pessoas com múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados. A SBD ressalta que os que apresentam essas características precisam de maior cuidado com a pele e passar por avaliação frequente com um médico dermatologista.
O carcinoma basocelular é o câncer de pele mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. É um tumor que se manifesta por lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade. Além dele, há o carcinoma espinocelular, que surge como o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a aproximadamente 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Essas lesões podem causar dor e produzir sangramentos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no Brasil, sendo os carcinomas basocelular e espinocelular (não melanoma, que apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente) responsáveis por cerca de 180 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem em torno de 8,5 mil casos novos anualmente. A incidência do câncer de pele é maior do que os cânceres de próstata, mama, cólon e reto, pulmão e estômago.