A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos com o imunizante Pfizer/Wyeth contra a covid-19 - desenvolvido especialmente para o grupo. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (16) em comunicado público. Até então, a vacina era permitida apenas para pessoas acima de 12 anos. Com a liberação, a decisão da Anvisa precisará ser publicada no Diário Oficial da União para passar a valer.
O que se sabe sobre a vacinação em crianças
A formulação da dose pediátrica equivale a um terço da usada em pessoas com mais de 12 anos. Serão administradas duas doses, com intervalo de 21 dias, cada uma com 10 microgramas para pessoas nessa faixa etária. Como a composição é distinta da dos adultos, os frascos do imunizante serão de cor laranja e será necessário treinar profissionais de saúde para evitar eventuais erros.
Além dos dados submetidos pela empresa, que atestaram a segurança e eficácia de 90% no público, a agência levou em conta a administração do imunizante em maiores de 5 anos pelo mundo. Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Espanha, entre outras nações, já imunizam a população pediátrica com a vacina da Pfizer.
Quase 95% dos casos suspeitos de evento adverso reportados por essas nações foram "não graves", informou a gerente-geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária, Suzie Marie Gomes. Mais da metade deles relacionados a erros na aplicação, disse Suzie.
Assim como a Anvisa, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) Renato Kfouri considera os benefícios maiores que os riscos. "Só a covid mata mais do que todas as doenças do calendário vacinal infantil somadas", exemplificou.
A Anvisa destacou, ainda, que a vacinação na faixa etária também terá impacto positivo na redução de transmissão da doença e ao minimizar as interrupções na educação dos mais jovens.
- Sem agendamento: pontos de vacinação em shoppings do Recife já imunizaram contra covid-19 mais de 23 mil pessoas
- Conheça os sintomas mais comuns da ômicron e de outras variantes de preocupação do coronavírus
- Pernambuco terá equipes para vacinar em casa moradores de cidades com baixa cobertura de imunização contra covid-19
- Ômicron propaga-se pelo mundo em ritmo sem precedentes, alerta OMS
- Com uma morte a cada dia por câncer de colo do útero, Pernambuco lança estratégia para eliminar a doença
A vacina da Pfizer está registrada no País desde 23 de fevereiro deste ano. Inicialmente, o imunizante foi autorizado para pessoas com mais de 16 anos. Em 11 de junho, a Anvisa liberou a inclusão da faixa etária de 12 a 15 anos.
Compra
O Ministério da Saúde começou a se preparar para a vacinação de crianças em novembro, antes da autorização da Anvisa. A pasta decidiu se antecipar e negociou com a Pfizer 40 milhões de doses para imunizar a faixa etária de 5 a 11 anos. A entrega dos imunizantes estava condicionada ao aval do órgão.
A vacinação de crianças enfrenta resistência do presidente Jair Bolsonaro e de apoiadores da ala ideológica. No fim de outubro, antes de a Pfizer pedir a inclusão das crianças na bula do imunizante, diretores da Anvisa foram ameaçados de morte por e-mail por um homem do Paraná. A mensagem foi repassada a diferentes órgãos de investigação.
A vacina da Pfizer está registrada no País desde 23 de fevereiro deste ano. Inicialmente, o imunizante foi autorizado para pessoas com mais de 16 anos. Em 11 de junho, a Anvisa liberou a inclusão da faixa etária de 12 a 15 anos.
Produto já foi liberado no exterior
Além dos dados submetidos pela empresa, que atestaram a segurança e eficácia de 90% no público, a agência levou em conta a administração do imunizante em maiores de 5 anos pelo mundo. Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Espanha, entre outras nações, já imunizam a população pediátrica com a vacina da Pfizer.