A hepatite aguda de origem desconhecida em crianças foi um dos temas de destaque deste segundo dia do Hepato Pernambuco, evento que acontece no Villa d'Oro Hotel até este sábado (28). Para a presidente do evento, Leila Maria Moreira Beltrão Pereira, essa condição continua a intrigar a ciência, especialmente porque de 40% a 50% dos casos de hepatite fulminante na infância, com causa não identificada, já eram uma realidade antes dos registros recentes iniciados no Reino Unido.
O cirurgião José Huygens Parente Garcia, professor titular da Universidade Federal do Ceará (UFC), participou do evento nesta sexta-feira (27) e compartilha da mesma opinião de Leila. "É preciso analisar bem estes casos de hepatite em crianças, a fim de identificar se há algum agente realmente novo, diferente do que já existia, envolvido nestes quadros. Não devemos fazer alarde diante da situação, mas também não podemos negligenciar", destacou José Huygens, que presidiu a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) em 2020 e 2021, anos duros da pandemia de covid-19.
Nesta sexta-feira (27), a adolescente de 14 anos que teve complicações decorrentes da hepatite misteriosa e passou por um transplante de fígado em Pernambuco, no último dia 20, recebeu alta da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife. "A paciente segue com boa evolução clínica. Vai permanecer na enfermaria da unidade de saúde sem previsão de alta para casa", informou, em nota, a Unidade de Transplante de Fígado do Huoc.
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Casos da hepatite misteriosa em Pernambuco
Atualmente o Estado contabiliza oito notificações da hepatite misteriosa. Um dos casos já foi descartado, e sete estão em investigação.
Os dois casos mais recentes foram registrados na última quinta-feira. Entre eles, uma adolescente de 12 anos com anemia falciforme, residente de Nazaré da Mata. Ela deu entrada no dia 3 de maio no Hemope (Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco) com dor abdominal, icterícia e febre. A jovem foi acompanhada pela equipe multiprofissional do serviço e já recebeu alta hospitalar.
A outra ocorrência é de uma menina de 1 ano de idade, residente do Recife, que foi internada no Huoc, no último dia 23, com vômito, diarreia, icterícia e febre, entre outros sintomas. Ela segue internada na unidade.