O Departamento de Saúde do Estado de Nova Iorque alerta a população sobre um caso de poliomielite em um morador adulto do Condado de Rockland. As autoridades de saúde estaduais e municipais aconselham médicos e profissionais de saúde a ficarem atentos a possíveis novos casos.
O paciente, não vacinado, foi diagnosticado com poliomielite após sofrer paralisia há um mês, segundo informaram autoridades de saúde estaduais e locais na quinta-feira (21). É o primeiro caso confirmado da doença no país em quase 10 anos.
Os exames sugeriram que o caso do vírus altamente contagioso e temido pode ter se originado fora dos Estados Unidos, disse o Departamento de Saúde do Estado de Nova Iorque, em comunicado.
"Estamos agora investigando a família e os contatos próximos desse indivíduo, a fim de avaliar os riscos para a comunidade", disse a comissária de saúde do Condado de Rockland, Patricia Schnabel Ruppert, em entrevista coletiva, enfatizando que o paciente não era mais contagioso.
No Brasil
Erradicada há anos no Brasil devido a campanhas de vacinação e a medidas de vigilância epidemiológica, a poliomielite (também chamada de pólio) passa a preocupar pela volta de registros da doença ao redor do mundo e pelo aumento de famílias que escolhem não vacinar seus filhos.
Além do caso em Nova Iorque, a doença ressurgiu em Israel e também teve uma nova cepa no Malaui, sudeste da África. Essas confirmações recentes, num cenário de baixa cobertura vacinal, fazem o Brasil despontar com alto risco de retorno da pólio.
No País, a imunização está baixíssima. Para ter essa dimensão, basta compararmos com anos anteriores. O ano de 2021 terminou com uma cobertura contra a doença de 69,92%; em 2012, a taxa foi de 96,5%.
Os sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sinais até manifestações neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte.
Há dois esquemas de doses contra a doença: um deles é o injetável, aos 2, 4 e 6 meses, com reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 e 5 anos de idade. Na rede pública, as doses, a partir de um ano de idade, são feitas com a vacina oral. Na rotina de vacinação infantil, nas Unidades Básicas de Saúde, a oral é aplicada nas doses de reforço dos 15 meses e dos 4 anos e em campanhas de vacinação para crianças de 1 a 4 anos.