A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou, durante o Congresso Mundial de Cardiologia, que terminou no sábado (15), no Rio de Janeiro, um posicionamento sobre cardiologia da mulher.
Intitulado Carta às Mulheres, o posicionamento da SBC propõe a redução em 30% da mortalidade feminina relacionada às doenças cardiovasculares até 2030.
As doenças cardiovasculares, que são a maior causa de morte no Brasil entre homens e mulheres, podem afetar o coração e os vasos sanguíneos, como a doença arterial coronariana, que envolve dor no peito e infarto agudo do miocárdio - e esta é a maior causa de morbimortalidade no mundo.
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No caso específico das mulheres, as doenças cardiovasculares matam mais do que todos os tipos de câncer somados.
Ainda nas mulheres brasileiras, observa-se aumento da prevalência e de mortalidade por doenças cardiovasculares após a menopausa, o que agrava as perspectivas em futuro próximo pelo envelhecimento e adoecimento da população feminina no Brasil.
Na carta direcionada às mulheres, um dos pontos debatidos é o uso de hormônios entre as mulheres. Os cardiologistas são claros: a reposição hormonal não previne doenças cardiovasculares.
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As doenças cardiovasculares na menopausa, de acordo com o posicionamento da SBC, estão relacionadas à deficiência do estrogênio (hormônio sexual feminino), que pode vir associada à síndrome de Takotsubo.
A cardiomiopatia de Takotsubo, ou “síndrome do coração partido”, é uma disfunção localizada no ventrículo esquerdo do coração e, na maioria das vezes, temporária.
O tratamento para a síndrome do coração partido (cardiomiopatia de Takotsubo) é feito com medicamentos betabloqueadores e diuréticos, para auxiliar na eliminação da água acumulada pela falha no bombeamento do coração.
Vale ainda frisar que, segundo o posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a reposição hormonal não tem impacto na redução do risco de insuficiência cardíaca.
Segundo a carta da entidade às mulheres, cerca de metade da mortalidade por doenças cardiovasculares antes dos 65 anos pode ser atribuída à pobreza e às desigualdades sociais.
Em mulheres, alimentação inadequada, baixa atividade física, consumo de álcool e tabagismo são outros importantes fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como infarto.
INFARTO EM MULHERES: QUAL A PREVALÊNCIA?
As doenças cardiovasculares nas mulheres já ultrapassam as estatísticas de câncer de mama e de útero.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as cardiopatias respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil por dia.
As doenças do coração (como o infarto) - chegam a representar 30% das causas de morte das mulheres brasileiras, principalmente acima dos 40 anos. É a maior taxa da América Latina.
Além disso, um estudo feito a partir dos dados da plataforma online Estatísticas Cardiovascular Brasil: 2020, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mostrou que a predominância de doenças cardiovasculares é muito maior nas mulheres entre 15 e 49 anos e vem aumentando as mortes por doenças isquêmicas, como o infarto do miocárdio, nas mais jovens.
O infarto do miocárdio está bastante relacionado a sintomas atípicos e que as mulheres apresentam com mais frequência.
O miocárdio é um músculo cardíaco, a própria parede do coração.
SINTOMAS DE INFARTO FEMININO
Os sintomas do infarto feminino são geralmente diferentes da clássica dor no peito relatada por homens. Entre eles estão náuseas, vômitos, dor nas costas e no pescoço, falta de ar e indigestão.
Assim, os sinais de doenças cardiovasculares nas mulheres podem ser resumidos a uma dor mais genérica e de difícil diagnóstico, o que faz com que muitas nem sequer procurem ajuda médica ou não sejam tratadas corretamente.
Portanto, é preciso se atentar para os seguintes sinais e sintomas de infarto:
- Ardência na pele
- Dor no pescoço, nos ombros, no rosto, na mandíbula
- Falta de ar
- Fadiga incomum
- Palpitações
- Náuseas, vômitos, indigestão